Casos suspeitos de coronavírus no Brasil chegam a 182, diz Ministério da Saúde

Dado foi atualizado nesta sexta. País segue com um caso confirmado, em São Paulo, onde um homem de 61 anos está em isolamento domiciliar. OMS diz que vírus está em 46 países

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Por Daniel Weterman e Felipe Frazão
4 min de leitura

BRASÍLIA - O número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, o Covid-19, no Brasil aumentou de 132 para 182, de acordo com plataforma do Ministério da Saúde atualizada às 16h10 desta sexta-feira, 28. O País segue com um caso confirmado, o de um homem de 61 anos na capital paulista que está em isolamento domiciliar. Acompanhe as últimas notícias sobre o coronavírus em tempo real.

Funcionário usa máscara no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Das notificações suspeitas, 71 foram descartadas. A maioria dos casos suspeitos está em São Paulo (66), no Rio Grande do Sul (27) e em Minas Gerais (17).  O ministério destacou que os casos suspeitos do novo coronavírus só passarão a ser classificados dessa forma se a pessoa monitorada tiver febre, um sintoma a mais (como tosse e dificuldade respiratória) e ter viajado para um dos 16 países em alerta nos últimos 14 dias. 

Assista à entrevista concedida pelo Ministério da Saúde sobre o coronavírus nesta sexta

#AoVivo - Ministério da Saúde atualiza situação sobre o #coronavírus Publicado por Ministério da Saúde em  Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

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O Ministério da Saúde divulgou nesta sexta os primeiros vídeos da campanha de prevenção ao novo coronavírus. As peças divulgadas nas redes sociais dão dicas sobre formas de contágio, (como a transmissão por saliva, tosse, espirro e aperto de mãos) e orientações sobre ambientes (como evitar aglomerações e manter espaços ventilados). A propaganda também orienta sobre quando procurar uma unidade de saúde.

Os vídeos foram divulgados no canal do ministério no Youtube. O governo também divulgou na internet um terceiro vídeo, apenas para redes sociais, com etiquetas de higiene ao tossir e espirrar.

Assista ao vídeo do Ministério da Saúde sobre prevenção ao coronavírus

OMS aponta coronavírus em 46 países

O número de casos do novo coronavírus tem se estabilizado na China, epicentro da doença, mas se espalhado para mais regiões do mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 28, apontam para 46 países com casos confirmados - 9 novos desde quinta-feira, 27.

O mundo registrou até o momento 2.804 mortes pelo novo vírus, sendo 42 óbitos entre quinta e sexta-feira. O índice de letalidade na média global é de 3,4% desde dezembro, sendo 1,6% fora da China. Pela primeira vez, a Coreia do Sul registrou mais casos novos (505) que a China (439), onde os primeiros registros da doença foram identificados.

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"Temos uma tendência de estabilização de casos na China e aumento em outros países, principalmente a partir de Coreia do Sul e Itália", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, durante coletiva de imprensa. O Ministério da Saúde reiterou o pedido para a OMS atualizar a classificação do coronavírus como uma "pandemia" global.

"Esta mudança vai implicar numa redução de busca de relação com o local provável de infecção e vai nos permitir focar principalmente nos grupos etários mais vulneráveis, que são adultos com mais de 60 anos", afirmou Oliveira.

Edital será lançado para compra de leitos de UTI

O Ministério da Saúde anunciou que vai publicar ainda nesta sexta-feira, 28, um edital para compra de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Serão comprados blocos de dez leitos para serem instalados em hospitais de referência caso sejam necessárias internações. 

Pela licitação, de acordo com o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, a empresa vencedora da licitação terá de ir aos hospitais e instalar os equipamentos de UTI em uma semana. Além disso, a mesma companhia será responsável pela manutenção dos aparelhos e terá prazos específicos para resolução de eventuais problemas. 

Além da licitação, municípios, Estados e hospitais poderão fazer parcerias com o Ministério da Saúde para instalação de outros leitos de tratamento intensivo, disse Gabbardo. A orientação a pacientes com casos suspeitos e confirmados de coronavírus tem sido isolamento em casa até o desaparecimento dos sintomas. 

Uma edição extra do Diário Oficial da União será publicada nesta sexta-feira, anunciou o secretário. Além dos leitos da UTI, a pasta lançará editais para comprar  máscaras e aventais e vai publicar contratos para aquisição de outros 16 produtos já licitados, como álcool em gel. 

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A demanda pode levar o Ministério da Saúde a demandar um reforço orçamentário no caixa. Para 2020, o orçamento do ministério é calculado em aproximadamente R$ 130 bilhões. 

O ministério estima que gastará R$ 140 milhões para compra dos insumos após o País começar a monitorar a doença, cujos primeiros registros ocorreram em dezembro na China. O valor pode variar pela quantidade de insumos comprados e pela pressão do mercado frente à alta demanda.

"As despesas para aquisição desses equipamentos de proteção individual e dos leitos estão dentro do nosso orçamento. Dependendo do tamanho que a epidemia tiver, da quantidade de internações necessárias e das áreas de UTI, nós vamos precisar de algum reforço orçamentário", afirmou o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis. 

A pasta está contabilizando os gastos com o coronavírus separadamente das demais despesas do ministério, detalhou Gabbardo. Caso seja necessário, o governo poderá encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional para reforçar o orçamento da pasta ou, se considerar a situação como urgente, fazer o acréscimo por meio de medida provisória.

Sequenciamento genético

Em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde também noticiou que o Instituto Adolfo Lutz publicou o sequenciamento genético do novo coronavírus após a identificação de um paciente brasileiro com a doença.

"Isso ajuda no desenvolvimento de testes diagnósticos e de uma série de outros desenvolvimentos tecnológicos. Tem um peso muito grande", afirmou o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson Oliveira.

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