Ribeirão Preto já registra 15 mil casos de dengue

Avanço foi 6.479,5% em relação ao mesmo período de 2015 e supera todo o ano de 2013; surto pode atingir até 10% da população

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Por José Maria Tomazela
Atualização:
O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor do zika, da dengue e da chikungunya Foto: Luis Robayo/AFP

SOROCABA - Os casos de dengue em Ribeirão Preto chegaram a 15.617 nos dois primeiros meses do ano, conforme dados divulgados nesta terça-feira, 15, pela Secretaria Municipal da Saúde. Trata-se da maior epidemia da doença na história da cidade. Entre janeiro e fevereiro de 2011, o município teve 4,2 mil pessoas diagnosticadas com dengue - avanço de 269%. Em 2015, foram 228 casos confirmados no mesmo período - avanço de 6.479,5%. O número ainda supera os 13.179 casos de todo o ano de 2013.

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A cidade continua em estado de emergência e caminha para o recorde de 2010 de casos em um único ano: 29.637. A Secretaria de Saúde já estimou ser possível Ribeirão Preto registrar 60 mil casos de dengue em 2016. Caso a estimativa se concretize, a doença atingiria em torno de 10% da população, estimada entre 600 mil e 650 mil habitantes. Ainda como comparação, a Secretaria Municipal de Saúde da capital havia notificado 13.092 casos em São Paulo até meados de fevereiro - já o dobro em relação ao ano passado. 

A Secretaria Municipal de Ribeirão ressaltou que o boletim epidemiológico é emitido quinzenalmente e as notificações de dengue caíram 20%. Os registros semanais caíram de 4.912 para 3.232. A dengue é responsável por duas mortes neste ano.

A região oeste da cidade concentra o maior número de casos da doença, com 4.443 registros nos dois meses, por isso também recebe a maior quantidade de ações contra o mosquito. Já a região leste ficou em segundo lugar em incidência, ao registrar 3.561 casos, seguida pelas regiões central, com 2.834 casos, norte, 2.544 registros, e sul, 1.930 notificações. Desde o mês passado, segundo a prefeitura, foram feitas 604 autuações por falta de limpeza de terrenos e 472 notificações por má conservação dos imóveis. Os proprietários estão sujeitos a multas que variam de R$ 824 a R$ 1,4 mil. 

Tríplice epidemia. A cidade ainda relata os piores números da história para as outras doenças envolvendo o Aedes aegypti. O número de casos suspeitos de zika chegou a 2.531 neste ano em Ribeirão Preto. O número de notificações aumentou quase cinco vezes em fevereiro, em relação a janeiro. Foram 2.091 casos suspeitos no mês passado, ante 440 do mês anterior. Em todo o ano de 2015, a cidade teve 72 notificações do vírus.

O número de gestantes possivelmente infectadas subiu para 425, e 45 grávidas já tiveram exames com resultado positivo. Todas estão sendo acompanhadas. De acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Ana Alice Castro e Silva, o exame para o zika está disponível apenas para gestantes e pessoas com problemas neurológicos sem causa definida. “Não tivemos nenhum caso notificado de microcefalia relacionado ao zika até agora”, disse. Há ainda 106 possíveis infectados pela febre chikungunya. 

Oeste. Em Presidente Prudente, oeste paulista, o número de casos positivos de dengue, de janeiro até a primeira semana de março, chegou a 4.068, superando o recorde anterior, de todo o ano de 2013, com 3.730 casos confirmados. Há ainda 7.142 notificações em análise.

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