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Celular oferece risco, mas baixo

O aparelho entrou na lista de causas possíveis de câncer, mas não é preciso pânico, dizem médicos

Por Lais Cattassini
Atualização:

O celular foi classificado anteontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como possível agente causador de câncer cerebral pela primeira vez, mas o alerta não deve ser motivo de pânico, garantem os especialistas ouvidos pelo JT. Eles admitem que o risco, relacionado às ondas emitidas pelo aparelho, existe - mas é pequeno.

 

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Neurocientista, professor colaborador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente do Grupo de Pesquisa sobre os Impactos das Telecomunicações na Saúde do Instituto Edumed, Renato Sabbatini afirma que a radiação emitida pelos aparelhos é capaz de provocar o aquecimento das células cerebrais - o que deixaria a região mais vulnerável às toxinas e, portanto, mais exposta a tumores. Mas esse aumento de temperatura, segundo ele, é baixo e incapaz de provocar tais danos.

 

"A radiação emitida pelo celular é 500 vezes menor do que a taxa considerada segura. A margem de segurança é muito grande", afirma o professor, um dos principais pesquisadores sobre o assunto no País.

 

De acordo com Sabbatini, o cérebro tem um sistema de refrigeração eficiente e, por isso, dificilmente seria afetado pela emissão de ondas de aparelhos elétricos. "Caso contrário, qualquer febre poderia nos matar", compara. Além dos telefones, estão no grupo 2B da OMS, usado para designar a categoria de agentes possivelmente cancerígenos (veja ao lado), contato com chumbo e clorofórmio, exposição à limpeza a seco, pesticidas e consumo de vegetais em conserva.

 

Oncologista do Hospital Albert Einstein, Rafael Kaliks lembra que há outros fatores de risco importantes. "A obesidade é um fator muito mais perigoso", afirma. Além disso, é preciso considerar predisposições genéticas, diz ele. "Substâncias que têm ligação comprovada com o tumores não causam o mesmo efeito em todas as pessoas."

 

A recomendação de cautela da OMS pode ser seguida com a diminuição de horas ao celular ou a adoção do sistema viva-voz. "A sugestão é manter o aparelho longe do ouvido. Se a pessoa está preocupada, tem histórico de câncer cerebral na família e prefere tomar cuidado ela pode usar um fone de ouvido", indica o oncologista Abrão Rapoport, cirurgião do Hospital de Heliópolis - um centro de referência no tratamento de tumores de pescoço e cabeça.

 

 

 

 

 

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