BRASÍLIA - Em menos de duas semanas, o fracionamento da vacina passou de remoto para quase inevitável. A mudança é consequência da combinação de dois fatores. A morte de macacos perto de centros urbanos e, principalmente, a resistência do ministério de negar o envio de doses extras do imunizante para áreas até agora consideradas com pouco risco. Nas palavras do ministro, Ricardo Barros, o fracionamento reduziria a “ansiedade” da população.
A hesitação do ministério ocorre num cenário em que estoques mundiais da vacina não são abundantes. O Brasil, por exemplo, recorreu à Organização Mundial da Saúde. O preço também não é convidativo: cada dose custa 40% a mais que a vacina de Biomanguinhos.
Na semana passada, a pasta ouviu de assessores alternativas: importar a vacina (impossível, diante da escassez internacional), remanejar estoques por acaso sem uso em algum Estado e, por fim, mudar a atual recomendação da vacina - em vez de duas doses para imunização completa, só uma. A pasta, refratária a essa ideia, começa a pensar no assunto.