02 de setembro de 2016 | 09h03
GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela um novo estudo que indica que o vírus zika identificado em Guiné-Bissau não é da mesma cepa daquele que gerou uma epidemia na América Latina e, principalmente no Brasil, fez explodir o número de casos de microcefalia e outras complicações neurológicas.
Os estudos estão sendo publicados no mesmo dia em que a revista The Lancet revela que potencialmente 2,6 bilhões de pessoas poderiam ser afetados pelo vírus. Essa é a população em países que hoje contam com o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão.
Em fevereiro deste ano, a OMS anunciou que passou a considerar a epidemia do vírus da Zika como uma emergência internacional. Nesta sexta-feira, 2, uma reunião será concluída para decretar se a emergência continua ou se já seria o caso de reduzir parte das medidas adotadas nos últimos meses.
Mas, nesta nova fase de expansão da doença, a entidade também tem descoberto que nem sempre o vírus segue com as mesmas características. "Em Guiné-Bissau, os resultados do sequenciamento genético realizados em quatro casos confirmados de zika mostraram de forma preliminar que os casos são da ascendência africana, e não da ascendência asiática do vírus que provocou uma epidemia no Brasil e na América Latina", indicou a OMS.
"Apesar da cepa africana identificada em Guiné-Bissau não ter sido associada à microcefalia nem a outras complicações neurológicas, uma vigilância maior é necessária", insistiu a OMS.
Por enquanto, o único país africano com o registro da mesma cepa do vírus da América Latina foi Cabo Verde.
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