Zhou Jianping, do programa espacial tripulado, disse à agência oficial de notícias Xinhua que o acoplamento é o aspecto mais arriscado do projeto de exploração do espaço. "Nós não podemos nunca contar com a possibilidade de que outros países vendam sua tecnologia madura para nós e temos que confiar em nossa própria ", afirmou.
O lançamento do módulo espacial dá início à segunda de três etapas no desenvolvimento do programa espacial do país. O estágio inicial foi marcado pelo envio ao espaço do primeiro astronauta chinês, em 2003, o que transformou a China no terceiro país do mundo a realizar a façanha, ao lado de Estados Unidos e Rússia.
A terceira etapa é a construção da estação espacial, que terá 60 toneladas e entrará em operação em 2020, de acordo com o cronograma oficial. A estrutura será bem menor que a Estação Espacial Internacional, que tem 400 toneladas e é operada em conjunto pelos Estados Unidos, Rússia, Europa, Japão e Canadá.
Mas o futuro da Estação Espacial Internacional é duvidoso, em razão das restrições orçamentárias enfrentadas por seus principais operadores e os altos custos envolvidos no envio de suprimentos ao espaço. O contrato entre os países envolvidos no projeto termina em 2020 e ainda não há decisão sobre sua continuidade.
A China ficou da estação internacional em razão de discordâncias com os norte-americanos e decidiu construir sua própria estrutura de maneira independente. Pequim também tem ambição de enviar astronautas à Lua e definiu 2025 como a data provável para a expedição.
O programa espacial é um dos principais símbolos do processo de transformação da China em uma potência global. O país já é a segunda maior economia do mundo, conquistou o maior número de medalhas de ouro na Olimpíada de 2008 e faz parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
O lançamento do Tiangong-1 também serviu para mais um exercício de estímulo ao nacionalismo chinês, às vésperas do aniversário de 62 anos da Revolução Comunista, no dia 1ºde outubro.
Os nove integrantes do Comitê Permanente do Politburo- o grupo que manda na China - estavam no centro de Jiuquan para acompanhar o lançamento do módulo espacial.