Cidadãos de Serra Leoa saem às ruas após 3 dias confinados pelo Ebola

Durante confinamento, funcionários da área de saúde verificaram 1 milhão de casas, procurando pacientes com a doença

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Por AP
Atualização:
Moradores circulam pelas ruas de Freetown, em Serra Leoa Foto: Samuel Aranda/NYT

As ruas de Freetown, capital de Serra Leoa, ficaram novamente movimentadas nesta segunda-feira, 22, após um confinamento nacional sem precedentes de três dias. Nesse período, afirmaram as autoridades, funcionários da área de saúde verificaram 1 milhão de casas, procuraram pacientes com Ebola e passaram informações sobre a doença.

O país registrou 130 novos casos do vírus Ebola durante o confinamento da população e está aguardando os resultados dos testes em mais 39 casos suspeitos, disse nesta segunda-feira o chefe do centro de operações de emergências do Ebola no país, Stephen Gaojia.
O governo ordenou que os 6 milhões de cidadãos ficassem em casa por três dias, de sexta-feira até domingo à noite, na estratégia mais extrema adotada por um país até agora para combater a epidemia que infectou pelo menos 5.357 pessoas na África Ocidental desde março.
Joe Amon, diretor de saúde e direitos humanos do Human Rights Watch, disse que há poucas razões para acreditar que o confinamento foi eficiente na contenção da transmissão, já que é muito difícil colocar em prática a proibição para que toda a população fique em casa. "Pode-se argumentar que é estritamente necessário, não porque seja uma forma eficiente de conter a transmissão, mas sim porque é necessário levar mensagens sobre a doença para a população", afirmou ele. Grupos levando sabão e informações sobre o Ebola visitaram cerca de 75% das 1,5 milhão de casas do país, informou o Ministério da Saúde. Alguns moradores reclamaram de falta de comida. Rumores de que o sabão distribuído estaria envenenado colocou em questão os esforços educacionais. Acredita-se que mais de 560 pessoas tenham morrido por causa da doença em Serra Leoa, país com 6 milhões de habitantes. O Ebola também se dissemina pela Libéria e Guiné, e há casos limitados da doença na Nigéria e no Senegal. 

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