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Cidade de SP tem maior ocupação de UTIs em três meses; 22% dos pacientes são de fora da capital

São 685 internados em tratamento intensivo, dos quais 334 precisam de auxílio de ventilação mecânica. Ocupação na capital é parte de alta geral no Estado. Governo Doria promete novas restrições

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

A cidade de São Paulo atingiu 70% de ocupação nos leitos de UTI, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 22, pela Prefeitura. São 685 internados em tratamento intensivo, dos quais 334 têm auxílio de ventilação mecânica. É a maior taxa de ocupação de UTI dos últimos três meses, segundo o secretário de Saúde, Edson Aparecido. O Estado registrou esta semana pico de internações em UTI e o governo paulista prevê endurecer as restrições nos próximos dias.

Cidade de São Paulo atinge 70% de ocupação nos leitos de UTI, a maior taxa dos últimos três meses Foto: Werther Santana/Estadão

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A capital paulista dispõe hoje de 976 leitos de UTI voltados para atendimento de pacientes diagnosticados com covid-19. Entre os pacientes que ocupam os hospitais municipais e os leitos contratados, Aparecido estima que 22% não tenham residência na cidade. “A gente acaba recebendo muita gente de outros municípios, da região metropolitana. Pelo que está acontecendo no interior, estamos atentos e monitorando a situação”, disse o secretário. 

Segundo ele, a variação na ocupação de UTIs vinha ficando entre 60% e 65%. “Mas do sábado para cá chegou a 70%. É um patamar que, por exemplo, em novembro havíamos conseguido chegar em 50%”, disse Aparecido. O boletim de monitoramento da Prefeitura mostra que em 22 de novembro, há exatos três meses, a taxa estava em 48%, com 459 internados em UTI.

O secretário de Saúde informou que nos próximos dias deve participar de reuniões com a área técnica da pasta e o próprio prefeito Bruno Covas (PSDB) para discutir eventuais medidas a serem tomadas. Questionado sobre o indicativo do governo de endurecimento de medidas, Aparecido disse que ao longo da pandemia a cidade não se furtou a tomar tais decisões. “A cidade sempre foi mais restritiva em relação a medidas previstas pelo Plano São Paulo, como na questão da ocupação das escolas na volta às aulas. Não há problemas em tomar medidas nesse sentido.” 

'Pelo que está acontecendo no interior, estamos atentos e monitorando a situação', diz Aparecido Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

A alta na capital é parte da elevação que o Estado vem notando. O governo divulgou nesta segunda-feira, 22, que o Estado atingiu o recorde de internações em UTI desde o início da pandemia. Por isso, a gestão do governador João Doria (PSDB) estuda adotar novas medidas restritivas para frear a transmissão da covid-19. A decisão está programada para ser anunciada nesta quarta-feira, 24.

“Ultrapassamos o maior número da história da pandemia e temos de ter uma atenção especial a algumas regiões do Estado", comentou Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde. A situação do interior é um dos principais focos de preocupação das autoridades. Em algumas cidades, como Araraquara, a lotação dos hospitais fez com que os prefeitos adotassem lockdown para frear o vírus.

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