Cidades do interior de SP relatam falta de inseticida federal

Conselho de secretários diz que faltam até kits de sorologia; ministério reitera que foco deve ser combate a criadouros

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - A falta de inseticida prejudica o controle do Aedes aegypti em municípios do interior de São Paulo. A Secretaria de Saúde do Estado afirma que a quantidade de insumo repassada pelo Ministério da Saúde tem sido insuficiente para atender à demanda. Dos 10 mil litros que o Estado deveria ter recebido em janeiro, vieram apenas 3 mil litros - 30% do necessário. 

Em Guaíra, região norte, com 1.317 notificações de dengue, 4 casos confirmados de chikungunya e 1 suspeito de zika, a prefeitura pediu inseticida em dezembro e ainda não recebeu. “Informalmente, nos disseram que está em falta”, disse o coordenador da Vigilância Epidemiológica, Maurício Alves da Silva. Em Campinas, com 973 notificações em janeiro, ainda não há falta, mas o inseticida não veio na quantidade suficiente para repor o estoque, segundo a prefeitura.

O secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Stênio Miranda, também presidente do Conselho de Secretários de Saúde do Estado, confirmou desabastecimento. “Não falta só o inseticida. Falta kit para exames de sorologia de dengue, falta suporte financeiro para as despesas adicionais acarretadas pelas epidemias (dengue e zika) e para reorganização e ampliação dos serviços”, afirmou.

Federal. O Ministério da Saúde informou ter enviado, em janeiro, 48 mil litros de inseticida para o combate ao Aedes em todo o País, sendo 3 mil litros para o Estado de São Paulo. Cada litro do produto é capaz de tratar 500 mil litros de água. Em 2015, foram distribuídos 454 mil litros do inseticida e 11.118 toneladas de ‘adulticidas’, produto usado para os fumacês. O ministério reiterou que contra o surto é mais importante combater criadouros do mosquito.

O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor do zika, da dengue e da chikungunya Foto: Sérgio Castro/Estadão
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