Cientistas criam 1º mapa de alta resolução do movimento de gelo na Antártida

O objetivo deste trabalho é ajudar os pesquisadores a entender as mudanças do continente diante do constante aquecimento global

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Por Redação
Atualização:

 

WASHINGTON - Uma equipe de cientistas liderada pela Nasa (agência espacial americana) elaborou o primeiro mapa de alta resolução do movimento do gelo na Antártida, o que ajudará a entender melhor o impacto da mudança climática no continente.

 

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O mapa, publicado na revista Science, foi elaborado como se fosse um mosaico digital com imagens de satélite proporcionadas pelas agências espaciais do Canadá (CSA), Europa (ESA) e Japão (JAXA) e revela os detalhes do movimento do gelo na Antártida entre 2007 e 2009.

 

O objetivo deste trabalho, liderado pelo pesquisador Eric Rignot, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa em Pasadena - estado americano da Califórnia -, é ajudar os pesquisadores a entender as mudanças do continente diante do constante aquecimento global.

 

"Nosso mapa representa uma importante medida de referência, ao ser a primeira imagem completa do padrão de movimento do gelo (neste período)", explica à Agência Efe o pesquisador Jeremie Mouginot, professor associado do Departamento de Ciências da Terra da Universidade da Califórnia, em Irvine, um dos autores do estudo.

 

Segundo ele, a velocidade do gelo é uma característica fundamental das geleiras e das camadas de gelo, que mede a velocidade à qual este elemento é transportado das regiões do interior rumo ao oceano.

 

Suas medições e análises redefinem a compreensão atual sobre a dinâmica da camada de gelo antártica, ao revelar que o fluxo da camada de gelo do continente se compõe de uma complexa rede de afluentes que vêm do interior.

 

Essa nova visão do movimento da camada de gelo pode favorecer a reconstrução histórica e o prognóstico de sua evolução.

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Dado que a grande maior parte de gelo na Terra se encontra na Antártida e que o derretimento das calotas polares pode ter efeitos no nível do mar, este mapa também será útil para pesquisas futuras sobre o aquecimento global.

 

O trabalho foi concluído durante o Ano Polar Internacional e é o primeiro estudo deste tipo desde 1957.

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