13 de abril de 2011 | 18h33
Redação Central, 13 abr - Uma equipe de cientistas identificou uma proteína gerada pelos seios que destrói as células cancerígenas sem atacar as sãs e que poderia servir para tratar o câncer de mama.
A investigação, dirigida pelas biólogas Mina Bissell, do Lawrence Berkeley National Laboratory e Saori Furuta, da Universidade da Califórnia Irvine, ambos nos Estados Unidos, foi publicada na revista Science Translational.
Os indivíduos sãos produzem até mil células anormais a cada dia que costumam ser destruídas pelo sistema imune inato.
Bissell e sua equipe descobriram que os seios sem tumor fabricam uma pequena proteína chamada Interleukin-25 (IL-25) que procura ativamente as células cancerígenas e as destrói, com o que se soma ao crescente arsenal de mecanismos inatos de defesa.
A proteína IL-25, que foi injetada em ratos e combateu o câncer, é a mais efetiva de seis moléculas produzidas pelas células normais do seio para combater o câncer, assinala o estudo.
Os cientistas fizeram um cultivo tridimensional de células cancerígenas de seios e observaram que elas são eliminadas pela proteína IL-25 porque levam um receptor específico que as células sãs não têm.
Este receptor, localizado na superfície das células cancerígenas, dá à proteína a ordem para destruí-las, por isso o processo permite à IL-25 eliminar as células cancerígenas sem afetar as sãs.
Os pesquisadores analisaram centenas de tumores de pacientes com câncer de mama e comprovaram que quase todas as células tumorais levavam receptores IL-25, por isso que seriam suscetíveis de ser tratadas com a proteína.
Esta é a primeira vez que se demonstra que uma proteína natural faz parte de um mecanismo inato de defesa contra o câncer no tecido mamário, afirma a Science Translation.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.