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Cientistas dizem que vacina da Aids requer mais pesquisa básica

Mais de 6,5 mil infecções por HIV ocorrem a cada dia, em todo o mundo; testes recentes de vacina falharam

Por AP
Atualização:

Cientistas terão de dar "enormes saltos intelectuais" para criar uma vacina contra a Aids nos próximos anos, dizem pesquisadores dos Estados Unidos, claramente frustrados com o fracasso de uma fórmula que havia começado promissora. Os pesquisadores, entre eles uma alta figura dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) do governo americano, querem gente nova com novas idéias para intensificar a pesquisa. Eles dizem que o foco deveria ser  a criação da vacina, e não o planejamento de testes clínicos para avaliar drogas que podem ou não funcionar. "A criação de uma vacina que bloqueie a infecção pelo HIV vai exigir enormes saltos intelectuais, além do conhecimento atual", conclui artigo escrito por um grande grupo de cientistas para a edição desta semana da revista Science. Mais de 6,5 mil novas infecções por HIV ocorrem a cada dia, em todo o mundo. Um recente teste de uma vacina em potencial não só falhou em evitar a infecção, como as pessoas inoculadas com o produto parecem ter desenvolvido um risco maior de contrair a doença que as que haviam recebido um placebo. Depois do resultado frustrante, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos realizou uma reunião de cúpula, em março, para decidir como revigorar as pesquisas. O instituto continuará a apoiar testes em seres humanos, mas está elevando o nível das exigências necessárias para que candidatos a vacina recebam fundos públicos federais. Os NIH estão procurando idéias  novas para abordar a busca pela vacina, e enfatizando a pesquisa laboratorial básica, a fim de preencher algumas lacunas na ciência básica. Entre as prioridades, deverá estar um aumento nos estudos com chimpanzés, diz o texto na Science. O recente fracasso da vacina indica que "talvez estivéssemos um pouco no caminho errado", disse Anthony Fauci, diretor do instituto, em um Podcast disponibilizado pela revista. "Vamos girar o dial, como gosto de dizer, mais preferencialmente na direção de responder a algumas questões fundamentais", disse ele.

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