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Cientistas publicam 'enciclopédia' do câncer

Livro vai ajudar pesquisadores a desenvolverem novas medicações e técnicas de tratamento

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Por Redação
Atualização:

Cientistas americanos e europeus publicaram o primeiro volume de um "livro de conhecimentos do câncer", que deve acelerar a pesquisa para o desenvolvimento de novos remédios para a doença e auxiliar na busca por novos tratamentos. A "enciclopédia" terá principalmente dados sobre como as células cancerígenas reagem aos medicamentos, segundo a revista Nature.

 

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Os dados publicados no livro foram obtidos a partir de estudos feitos com células cancerígenas desenvolvidas em laboratórios, uma ferramenta essencial para pesquisas em torno da doença. Existem centenas de células diferentes, o que permite que os cientistas analisem a reação de cada uma delas aos medicamentos.

 

Agora, uma equipe do Instituto Wellcome Trust Sanger e vários institutos de câncer ao redor do mundo divulgaram o trabalho catalogando os dados. Os cientistas britânicos, junto de colegas dos Estados Unidos, da França e da Suíça, avaliaram a reação de mais de 600 tipos de células a 130 remédios, identificando sinais genéticos ligados à sensibilidade delas aos medicamentos.

 

Alguns resultados já aparecem como benéficos para os pacientes, inclusive a descoberta de que o sarcoma de Ewing, um raro câncer ósseo mais comum em crianças, é vulnerável a alguns remédios.

 

O doutor Mathew Garnett, um dos líderes da equipe que publicou o trabalho, disse que é uma questão de cruzar dados e descobrir quais células são mais sensíveis aos remédios e os porquês disso. "É o maior estudo do tipo ligando reação a drogas a marcas genéticas. Esses grandes estudos são necessários para identificar a linhagem celular mais suscetível a tratamentos", afirmou.

 

O próximo passo é usar as informações para criar tratamentos personalizados para os pacientes de câncer, o que envolveria a coleta de uma "impressão digital genética" do tumor e então compará-la com os dados publicados.

 

Alguns remédios de combate ao câncer já estão disponíveis no mercado para pacientes com um certo código genético. O mais conhecido é o Herceptin, um medicamento para o câncer de mama efetivo para mulheres que têm o gene HER2.

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Para o professor Charles Swanton, do Instituto de Pesquisas do Câncer de Londres, o livro é "uma fonte inestimável" que dá "informações extremamente úteis" para os pesquisadores. "Essa nova fonte vai acelerar as pesquisas e pode servir como um guia para desenvolvermos tratamentos personalizados no futuro", conclui. 

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