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Cientistas usam clonagem para produzir células-tronco humanas

Experimento é significativo porque tais células potencialmente podem ser transplantadas para substituir células danificadas em pessoas com diabete ou outras doenças sem serem rejeitadas

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Por Redação
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CHICAGO - Cientistas norte-americanos usaram pela primeira vez uma técnica de clonagem para obter células-tronco embrionárias dentro de óvulos humanos não fertilizados, numa descoberta histórica e possível ponto de discórdia para os críticos da pesquisa de células-tronco. Os pesquisadores estavam tentando provar que é possível usar uma tecnologia de clonagem chamada transferência nuclear de células somáticas (TNCS) para produzir células-tronco embrionárias que correspondam ao DNA de um paciente. O feito, publicado nesta quarta-feira na revista Nature, é significativo porque essas células específicas de um paciente podem potencialmente ser transplantadas para substituir células danificadas em pessoas com diabete ou outras doenças sem serem rejeitadas pelo sistema imune. A técnica pode deflagrar mais polêmica, pois alguns opositores consideram que ela seja clonagem, à qual se opõem ferozmente. "Esse artigo será visto como significativo tanto por aqueles que estão tentando usar a TNCS para produzir linhagens específicas de células-tronco embrionárias humanas como para aqueles que se opõem às experiências de 'clonagem' humana", disse o professor Robin Lovell-Badge, chefe de divisão no Instituto Nacional para Pesquisa Médica da Grã-Bretanha. As células-tronco são as células mestres do corpo, o material fonte para todas as outras células. Os partidários das células-tronco embrionárias afirmam que elas poderão transformar a medicina, proporcionando tratamentos para a cegueira, a diabete juvenil ou ferimentos graves. Normalmente, a TNCS envolve a remoção do material genético do núcleo de um óvulo hospedeiro e a sua substituição pelo núcleo de células adultas, na técnica usada para clonar animais como a ovelha Dolly em 1996. Mas os cientistas até agora não tinham conseguido fazer crescer essas células e dividi-las para além do estágio muito inicial em humanos e em primatas não-humanos. Nesse estudo liderado por Dieter Egli e Scott Noggle, do New York Stem Cell Foundation Laboratory de Nova York, os cientistas mantiveram o material genético da célula hospedeira e apenas adicionaram o núcleo de células adultas.

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