
14 de março de 2011 | 15h57
SÃO PAULO - Cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) informaram que promoveram neste fim de semana a primeira colisão de partículas na velocidade da luz do ano, retomando o estudo sobre a origem do cosmo no Grande Colisor de Hádrons (LHC, em sua sigla em inglês).
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"Começamos bem, com feixes estáveis. Estamos até adiantados após nossa parada durante o inverno", disse James Gillies. O acelerador de partículas foi desligado em dezembro para avaliações técnicas após operar por oito meses.
Oliver Buchmueller, o físico responsável pelo projeto de US$ 10 bilhões, disse que as prioridades em 2011 e 2012 serão achar evidências da supersimetria, de outras dimensões, matéria escura, buracos negros e Bóson de Higgs.
A supersimetria, apelidada de SUSY, é uma teoria que permite a existência de partículas elementares nunca vistas e, se provada correta, explicaria o mistério da matéria escura, que se acredita formar cerca de um quarto do universo.
Isso também ajudaria a provar o conceito da teoria das cordas, que permite a existência de mais dimensões que as conhecidas quatro - altura, profundidade, largura e tempo - e a existência de universos paralelos.
Buracos negros são estrelas que explodiram e podem ser observados em muitas galáxias no universo conhecido. Em torno deles a força da gravidade é tão forte que nada, nem mesmo a luz, pode escapar.
O Bóson de Higgs foi posto há mais de 30 anos como o agente que dá massa à matéria e tornou a formação do universo possível imediatamente após o Big Bang há 13,7 bilhões de anos. Mas a prova de sua existência nunca foi encontrada.
Estes conceitos e ideias são as novas fronteiras das pesquisas científicas e fazem parte do que antes era considerado apenas material para a produção de ficção científica.
Cosmólogos como o britânico Steven Hawking e o físico e matemático norte-americano Brian Greene esperam que o trabalho com o LHC possa dar evidências consistentes de que havia um outro universo antes do Big Bang ou que seja possível a existência de universos paralelos.
Cientistas envolvidos no projeto acreditam que em meados desta década será possível sabermos mais sobre estes assuntos.
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