O Estado já implantou 570 unidades de terapia intensiva para tratamento da covid-19, 400 só na capital cearense. “A gente tem ampliado e, mesmo assim, a demanda sobe junto", afirmou o secretário de Saúde, Dr. Cabeto. "Esses 200 novos equipamentos serão checados por alguns especialistas em ventilação para, a partir desta terça-feira, já começar a distribuição. Parte deles vai ficar em Fortaleza, nas unidades do Estado e para algumas Unidades de Pronto Atendimento que estão sendo inauguradas”, continuou.
O titular da pasta também destacou que os principais municípios que devem ser assistidos imediatamente são Icó, Limoeiro do Norte, Iguatu, Tianguá, Caucaia e Maracanaú. Estes dois últimos concentram as maiores taxas de contaminados pelo novo coronavírus, atrás somente de Fortaleza, epicentro da doença no Ceará.
Leitos
O Sistema de Saúde do Ceará, incluindo as redes pública e privada, está com média de 86,22% de ocupação nas unidades de terapia intensiva e de 71,25% nas enfermarias. Segundo o IntegraSus, seis hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) estão sem vagas de internação e dois estão acima da capacidade.
A Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo, o Hospital Central de Fortaleza, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, o Hospital Distrital Evandro ayres de Moura Antonio Bezerra, o Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara e a Santa Casa de Paracuru têm 100% das UTIs e das enfermarias ocupados. O Leonardo da Vinci, primeiro hospital de campanha reativado para atender exclusivamente pacientes com covid-19, tem 92,19% de ocupação.
O Hospital Cura Dars está com 109% dos leitos ocupados e o Hospital Regional Norte, no interior do Estado, também está superlotado, com 102,08% de ocupação.
Na rede particular, o Hospital Ana Lima, Hospital Antonio Prudente (Hapvida) e a Otoclínica também estão lotados. A Unimed e o Monte Klinikum estão com 98% de ocupação.
Do total, as maiores taxas de internação são entre adultos e recém nascidos. Nas UTIs, 90,28% são ocupadas por pessoas acima de 18 anos e 59,38% por recém nascidos. Nas enfermarias, há ocupação de 80,69% de leitos para adultos e 53,85% são neonatais.
Bloqueio total
O Ceará é o terceiro estado do País em casos confirmados, atrás de São Paulo e Rio de Janiero, de acordo o Ministério da Saúde. Segundo dados da plataforma IntegraSus, do Governo do Ceará, há 26.363 casos confirmados da covid-19 e 1.748 mortes. Em Fortaleza, onde foi adotado o bloqueio total (lockdown), são 16.169 pessoas contaminadas e 1.253 óbitos até esta segunda-feira, 18.
Desde o dia 8 de maio, a capital vive o bloqueio total. O decretado vai até a próxima quarta-feira, 20. Sobre prorrogar a decisão, o governador Camilo Santana disse que ainda será feita uma avaliação técnica para definir novas estratégias a respeito da pandemia. “Vou me reunir com o prefeito Roberto Cláudio (PDT), também [vou me reunir] com equipe da prefeitura para que a gente possa avaliar o cenário da Capital, e podermos tomar decisões futuras [...] Vamos fazer uma avaliação técnica para definir os novos passos".
Santana disse também que está elaborando um projeto para permitir a volta das atividades comerciais. “Nesta semana, estaremos finalizando um plano de retomada da economia no Estado, claro, de forma gradativa e sempre atendendo às recomendações das autoridades da saúde”, disse.
Uso de cloroquina
O governo do Ceará está cauteloso quanto aos protocolos de tratamento da covid-19 com medicamentos eficazes para a cura de infectados. O secretário da Saúde, Dr. Cabeto, disse que os protocolos estão dentro do que estabelece as normas internacionais. “Não existe uma droga, uma vacina liberada. Atender o paciente precocemente e reconhecer os grupos de risco é o que tem reduzido as taxas de mortalidade aqui no Estado”, ponderou.
Quanto ao uso da cloroquina, o chefe do Executivo esclarece que é preciso ter um diálogo mais aberto sobre o uso da medicação. “Ainda não tem comprovação científica. O Estado não utiliza cloroquina, ela está no protocolo, mas só é utilizada com recomendação do médico, que é quem decide se o paciente fará uso deste medicamento. Quero deixar muito claro que todas as decisões que o Estado tem tomado são pautadas nas questões técnicas e científicas, acho que a política deve estar fora de qualquer contexto neste momento de enfrentamento à pandemia”, afirmou Santana.