Com baixa taxa de ocupação em UTI, Estado de SP vai redirecionar leitos para outras doenças

Índice é de 44% no Estado, o menor já registrado desde o início da pandemia; ocupação de leitos de terapia intensiva vem em queda há dez semanas

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Por Paloma Côtes
Atualização:

Diante da baixa taxa de ocupação de leitos de UTI, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo decidiu que iniciará o redirecionamento de leitos de terapia intensiva para outras doenças. Nesta quarta, 30, o índice é de 44% no Estado, o mais baixo registrado durante a pandemia. Na Grande São Paulo, a taxa é de 42,5%. A informação foi dada pelo secretário da pasta, Jean Gorinchteyn, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes. 

"Temos um dos menores índices de toda a pandemia no nosso Estado. E precisamos retomar as atividades também na área da saúde, porque não temos só o covid-19. Os índices da saúde pautarão o redimensionamento de leitos de terapia intensiva e também os atendimentos a várias doenças. Temos cirurgias que foram represadas. Faremos isso de forma gradual, com o apoio dos conselhos de secretários municipais de saúde. Dessa forma, poderemos analisar cada uma das regiões e poderemos atender a todos os cidadãos", afirmou Gorinchteyn. 

Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes Foto: Divulgação / Governo do Estado de SP

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O Estado completou dez semanas de queda consecutiva nas taxas de ocupação de leitos de UTI. Nesta quarta, de acordo com balanço divulgado pelo governo, 3.965 pacientes, entre casos suspeitos e confirmados de coronavírus, estavam internadas nesses leitos. Em enfermaria são 5.051 pacientes. Já tiveram alta hospitalar no Estado desde o início da pandemia 107.932 pessoas

"A taxa de ocupação no auge da pandemia chegou a ser de 95% em algumas cidades. E alcançou seu menor patamar essa semana, com 44% de média de ocupação. Em alguns locais, já é inferior a 35%. Isso nos dá capacidade para transferir esses leitos para atender a demanda de cirurgias eletivas de alta complexidade e tratar doenças como câncer e problemas cardiovasculares", afirmou o governador João Doria (PSDB).

Segundo Doria, antes da pandemia o Estado tinha pouco mais de 3 mil leitos de UTI. Agora, já contabiliza 8.200. "Saímos na frente nessa situação, para atender pessoas que ficaram em suas casas, e agora precisam de cirurgias. Isso é importante para salvar vidas e reequilibrar o sistema de saúde pública no Estado de São Paulo", disse.

De acordo com o coordenador do Centro de Contingência Contra a Covid-19, José Medina, mais da metade dos leitos covid estão desocupados. "Primeiro, vamos desmobilizar leitos transitórios e provisórios. Parte dos equipamentos, entre eles respiradores, devem ser usados em reposição de equipamentos antigos", afirmou. 

O coordenador-executivo do Centro, João Gabbardo dos Reis, afirmou que esse processo deve ser feito de forma não linear. E que cada região precisa levar em conta os indicadores, até para que não se percam os resultados de queda nos números da doença registrados até o momento. "Esse processo não pode de maneira alguma deixar a região com risco de ficar desassistida e não podemos perder o que foi feito na pandemia", disse. 

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O Estado de São Paulo contabiliza nesta quara-feira, 30, um total de 985.628 casos da doença e 35.622 mortes. 

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