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Com pandemia em queda na capital, Paraná confirma cinco casos da variante de covid-19

Não há transmissão local da nova cepa. As cinco pessoas foram atendidas, cumpriram o período de isolamento e passam bem

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

No dia em que a capital Curitiba registrou os menores índices da pandemia dos últimos dois meses, a Secretaria de Saúde do Paraná confirmou, nesta quarta-feira, 17, os cinco primeiros casos da variante brasileira do novo coronavírus no Estado. Os casos são considerados importados, pois os cinco pacientes chegaram em janeiro, vindos de Manaus (AM). Conforme a pasta, não há transmissão local da nova cepa. As cinco pessoas foram atendidas, cumpriram o período de isolamento e passam bem.

A campanha de vacinação já atingiu 55.307 pessoas em Curitiba Foto: Prefeitura de Curitiba

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A presença da variante P-1 nas amostras foi detectada em exames realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio. As cinco pessoas chegaram de Manaus entre os dias 17 e 21 de janeiro e, como apresentavam sintomas, foram encaminhadas de forma imediata aos serviços de saúde. Quatro receberam atendimento em Curitiba e uma em Campo Largo, na região metropolitana. Conforme a pasta, com o rastreamento dos contatos, outras 23 amostras de pacientes com a covid foram enviadas para o laboratório, mas não tinham a variante. Há ainda cerca de 70 amostras em análise.

A nova cepa chega no momento em que os números da covid-19 colocam Curitiba em situação distinta do que acontece em outras capitais, mais assoladas pela pandemia. Depois de atingir 1.477 casos positivos diários em 16 de dezembro, quando a doença estava no auge, a cidade teve 839 em 16 de janeiro e, nesta terça-feira, 16, 351 casos, menos que a metade de um mês atrás e quatro vezes menos que em dezembro.

Nas mesmas datas, a média móvel de sete dias oscilou de 1.346 para 863 e, agora, 430. O número de casos ativos despencou de 13.278 para 8.714 e, atualmente, 5.039. A média móvel de mortes diárias caiu de 22 em 16 de dezembro para 19 no dia 16 de janeiro e 12 agora.

Curitiba somava nesta terça-feira 133.926 casos e 2.763 mortes pela covid-19. Em todo o Estado, houve 593.115 casos positivos e 10.758 mortes em decorrência da doença. A ocupação de leitos na capital também caiu no mesmo período. Os leitos de UTI do Sistema Público de Saúde (SUS) regrediram de uma ocupação de 87% em 16 de dezembro para 80% um mês depois e 77% agora.

Já na lotação dos leitos de enfermaria houve queda de 73% para 71% e, agora, para 59%. A campanha de vacinação já atingiu 55.307 pessoas em Curitiba. Em todo Paraná, foram vacinadas 257.305 pessoas.

Conforme o presidente do Sindicato dos Hospitais e Serviços de Saúde do Paraná (Sindpar), Flaviano Feu Ventorim, a situação mais preocupante aconteceu no início de dezembro, quando 94% das UTIs de Curitiba para covid-19 estavam ocupadas. "Naquela ocasião houve um apelo das autoridades e dos serviços de saúde para que a população se conscientizasse da gravidade da situação e evitasse aglomerações no Natal e no réveillon. Parece que a população entendeu o recado e respondeu de forma positiva, o que reduziu a pressão sobre as UTIs."

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Segundo ele, a redução foi importante para dar um alívio às equipes do tratamento intensivo e também para que pudessem ser atendidos pacientes com outras doenças graves. "Nossa preocupação é com a volta do turista de Curitiba que viajou para a praia, principalmente em Santa Catarina. Sabemos que a situação está mais grave em Florianópolis. Esperamos que, ao voltar, essa população tome os cuidados e se mantenha em casa."

O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Curitiba, Alcides Oliveira, disse que a redução tem a ver com as medidas mais duras adotadas no início de dezembro, quando o governo estadual decretou toque de recolher das 11 da noite às cinco da manhã, inclusive com o fechamento de bares.

A medida, em vigor até o próximo dia 28, foi tomada depois que o estado registrou um repique da doença em novembro, que ele atribuiu às aglomerações, inclusive durante a campanha eleitoral. “A dificuldade aqui são os jovens, mas os pontos de aglomeração são bem conhecidos e a fiscalização agiu com apoio da PM (Polícia Militar). Fizemos campanhas e a população entendeu, ficando mais em casa, inclusive no fim do ano.”

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Para Oliveira, com apenas 2% da população vacinada, Curitiba está longe da chamada imunização de rebanho. “Com as novas variantes em circulação e o risco de reinfecção, fica mais difícil garantir essa imunização (de rebanho). O governo demora para viabilizar vacina para todos, por isso o foco continua sendo seguir as regras básicas do uso de máscara, higiene com álcool gel e distanciamento”, disse.

No caso das novas variantes, a rede de saúde pública e privada está em alerta para colher amostras e encaminhar para o isolamento. “A tendência é que surjam novas cepas, pois o vírus está sempre em mutação. Estamos trabalhando para evitar que se espalhem", afirmou.

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