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Com pandemia, rede privada de saúde tem queda de 20% da receita

Setor foi afetado principalmente pelo cancelamento de cirurgias eletivas e receio de pacientes em serem contaminados com novo coronavírus

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Por João Ker
Atualização:

Em um cenário transformado pela pandemia do novo coronavírus, a rede privada de saúde encara uma queda de até 20% da receita esperada para o ano, motivada pela quantidade de cirurgias canceladas e o receio dos pacientes de se contaminarem com a covid-19 em ambientes hospitalares. No total, 46,7 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde.

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“Todos os pacientes que tinham as cirurgias de não emergência adiaram, mesmo os que não poderiam”, diz Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados. Ele aponta que a rede suplementar também precisou lidar com a escassez dos anestésicos, essenciais para o tratamento dos casos graves da covid-19, e o encarecimento de insumos, já que só os equipamentos de proteção individual (EPIs) aumentaram cerca de 400% do seu valor habitual.

A ocupação dos leitos, que em sua maioria, continua voltada para as vítimas da pandemia, também caiu da taxa de ocupação média de 80% para até 30%. “Estamos precisando reconectar o paciente crônico aos seus médicos, hospitais e clínicas, porque as pessoas ainda não estão suficientemente prontas (para voltarem)”, diz Balestrin.

Para alguns pacientes, o susto inicial passou e já é possível retomar os planos. Chao Enhung, de 62 anos, havia adiado a cirurgia para corrigir seu joanete, inicialmente marcada para maio, em um hospital particular de São Paulo. Como grupo de risco, não queria se expor ao ambiente hospitalar. Hoje, diz estar mais tranquila e já conseguiu remarcar o procedimento para o fim deste mês. “Acho que deu uma acalmada e que a pandemia ainda vai demorar pelo menos um ano. Com o tempo, a gente também relaxa.”

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