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Composto da maconha pode tratar depressão, diz estudo

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Por Redação
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Um medicamento que aumenta os níveis de um composto químico cerebral ligado à alegria pode ajudar a reverter a depressão em ratos, disseram pesquisadores da Itália e dos Estados Unidos nesta segunda-feira. O medicamento ajuda a manter os altos níveis de um composto chamado anandamida (nome derivado da palavra para "felicidade" em sânscrito), que é quimicamente similar ao ingrediente ativo da maconha. "Essas descobertas trazem a esperança de que as propriedades de elevação do humor relativas à maconha possam ser controladas para tratar a depressão", disse Daniele Piomelli, diretor do Centro para a Descoberta de Drogas da Universidade da Califórnia, em Irvine, responsável pelo estudo. "A maconha em si não apresenta uso clínico para a depressão. Entretanto, drogas específicas que amplifiquem as ações de transmissores naturais semelhantes à maconha no cérebro estão se mostrando muito promissoras", acrescentou ele em nota. A equipe de Piomelli usou um medicamento patenteado neste ano, o URB 597, que interfere com outro composto, chamado hidrolase de ácido graxo amido (HAAA), que por sua vez decompõe a anandamida. Reduzir a HAAA deixa mais anandamida disponível para o cérebro, segundo Piomelli. Em artigo na revista Biological Psychiatry, a equipe disse que o uso do URB 597 em ratos com estresse crônico --com sintomas similares aos de pessoas deprimidas-- resultou numa melhoria ao final de cinco semanas. Piomelli, que patenteou o URB 597 com seus colegas das universidades de Urbino e Parma (Itália), licenciaram o medicamento para o laboratório europeu Organon BioSciences. Segundo o pesquisador, o Organon vai iniciar em 2008 os testes clínicos com a droga. O laboratório está atualmente sendo vendido pelo grupo químico holandês Azko Nobel à Schering-Plough. (Por Maggie Fox)

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