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Controle do coronavírus pode levar ainda cinco anos, afirma cientista-chefe da OMS

Soumya Swaminathan afirmou que prazo vai depender da oferta global de vacinas e medicamento para a covid-19

Foto do author João Ker
Por João Ker
Atualização:

Medidas de contingência, mutações e a descoberta de uma vacina efetiva contra a covid-19 são alguns dos principais fatores que vão determinar em quanto tempo a pandemia do novo coronavírus será controlada, de acordo com Soumya Swaminathan. Cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela afirmou em um debate promovido pelo jornal Financial Times que pode demorar até cinco anos para que o vírus seja controlado. 

“Eu diria que em um intervalo de quatro a cinco anos nós poderíamos controlar isso”, afirmou Swaminathan durante a conferência virtual. A cientista explica ainda que “não existe uma bola de cristal” para prever a contingência da covid-19, mas que uma vacina ainda é a melhor saída por ora. Ela também não descarta a possibilidade de que a pandemia se agrave ainda mais, após já ter provocado quase 300 mil mortes e ter infectado mais de 4,3 milhões de pessoas em todo o mundo.

Homem caminha pelo lado de fora deum dos principais cemitériosda Cidade do México,a espera de autorização para visitar otúmulos de sua mãe, neste domingo. Esses locais foram fechados pelas autoridades de saúde como medida de segurança devido à pandemia do COVID-19. Foto: JoséPazos / EFE Foto:

Em suas redes sociais, Swaminathan reforçou que o prazo de cinco anos poderia ser menor, caso a vacina fosse descoberta a tempo e distribuída globalmente. Mas o processo de desenvolvimento ainda está em estudo e testes em diversos países. “É muito difícil prever. Se a solidariedade global resultar em vacinas e tratamento para todos, a situação poderá ser bem diferente daqui a dois anos”, afirmou. 

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Ainda assim, Swaminathan frisou que nem a vacina seria um caminho completamente eficaz, uma vez que o vírus pode sofrer mutações genéticas e invalidar a eficiência e segurança do que for desenvolvido até então. Para a cientista, o maior desafio dos governantes agora é avaliar os riscos e benefícios de diminuir gradativamente as medidas de isolamento social para descobrir como atingir uma nova normalidade. 

No último dia 24, a OMS lançou uma parceria com vários líderes globais para uma colaboração internacional na descoberta de uma vacina contra a covid-19. Na ocasião, o governo do Brasil não enviou nenhum representante e ficou de fora do acordo.

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