08 de janeiro de 2021 | 17h34
SÃO PAULO - Depois do anúncio do governo de São Paulo de que a Coronavac tem 78% de eficácia contra casos leves da covid-19 que precisaram de algum tipo de intervenção médica e que o pedido de autorização temporária de uso emergencial e em caráter experimental foi feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira, 8, o início da vacinação contra a doença no Brasil se tornou algo mais próximo.
A vacina, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, já tem cerca de 11 milhões de doses em território paulista, que foram recebidas até o fim do ano passado. A previsão é de que ela já comece a ser aplicada neste mês.
Mas o que já se sabe sobre esta vacina contra a covid-19? Ela é segura? Quem será vacinado primeiro? Para tirar dúvidas, o Estadão preparou um perguntas e respostas sobre o tema. Veja abaixo.
Sim. Em julho do ano passado, a Anvisa autorizou que a fase 3 dos ensaios clínicos com a vacina fossem realizados no País.
Foram cerca de 13 mil profissionais de saúde. Ao todo, 16 centros de pesquisa espalhados por sete Estados e no Distrito Federal fizeram parte dos testes.
De acordo com o governo do Estado de São Paulo, estudos clínicos apontaram que 94,7% dos voluntários não tiveram evento adverso. Entre os que apresentaram alguma reação, 99,7% relataram sintomas de baixa gravidade, como dor no local da injeção e dor de cabeça leve.
Nesta quinta-feira, 7, o governo de São Paulo informou que a vacina tem 78% de eficácia contra casos leves de covid que precisaram de alguma intervenção médica e 100% de eficácia na prevenção de casos graves, moderados ou que precisam de internação hospitalar. Ou seja, nenhum voluntário vacinado precisou ser hospitalizado por causa da doença. No entanto, a eficácia geral da vacina, que considera todo o grupo de voluntários infectados, independentemente de necessidade de assistência médica, ainda não foi divulgada.
O índice de eficácia apresentado pelo ministro da Saúde se referia ao resultado de uma análise preliminar dos dados feita com uma amostra de apenas 10% dos voluntários esperados, conforme confirmou ao Estadão o pesquisador turco Murat Akova, investigador principal dos testes clínicos da vacina no país.
Ela é produzida com vírus inativados do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que induziriam o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença.
Duas doses com intervalo de 21 dias.
Profissionais de saúde, idosos, indígenas e quilombolas.
Sim. Após conflitos entre o governo federal e o governo do Estado de São Paulo, que incluiu divulgação de intenção de incorporação da Coronavac pelo Ministério da Saúde e posterior negação no ano passado, a pasta fechou a compra de 100 milhões de doses do imunizante.
Até 30 de dezembro, o Estado de São Paulo já tinha recebido cerca de 11 milhões de doses (10,8 milhões) do imunizante.
Não. Nesta sexta-feira, 8, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu o pedido de autorização temporária de uso emergencial e em caráter experimental da vacina. A agência tem um prazo de até dez dias para avaliar a solicitação.
Sim. Em nota, a agência explicou que "as primeiras 24 horas serão utilizadas para fazer uma triagem do processo e checar se todos os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode pausar o prazo e solicitar as informações adicionais ao laboratório".
O governo do Estado de São Paulo informou que a previsão é de que o processo comece em 25 de janeiro. O Ministério da Saúde diz que a vacinação deve se iniciar no País, no melhor cenário, no dia 20.
Não. O Procon, inclusive, emitiu um alerta sobre anúncios falsos de vacinas contra a covid-19 que estão circulando em sites de venda pela internet.
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