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Cuba oferece retorno e trabalho para médicos que ficaram no Brasil

Governo cubano estima que 836 profissionais decidiram não retornar para a ilha após o término do acordo entre os dois países no âmbito do Programa Mais Médicos

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Por Redação
Atualização:

HAVANA - O governo de Cuba ofereceu nesta terça-feira, 12, a possibilidade de retorno e oportunidades de trabalho no sistema público de Saúde para seus médicos que decidiram não retornar do Brasil no final do ano passado. De acordo com a ilha, alguns dos profissionais perderam seus empregos após o fim da cooperação entre os dois países no âmbito do Programa Mais Médicos, em novembro.

Mais de 8.000 médicos cubanos participaram de 2013 a 2018 do "Mais Médicos", um programa criado para atender regiões pobres e zonas rurais do Brasil, que operou através de um convênio com a OPAS. Foto: Fernando Medina/REUTERS

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"O Ministério da Saúde Pública confirma que, como tem feito para aqueles que estiveram em outros países, está disposto a recebê-los na Pátria e oferecer-lhes emprego no sistema nacional de saúde cubano", disse o governo em comunicado. 

O ministério informou que a embaixada e consulados cubanos no Brasil "estão prontos para apoiar seu retorno, fornecendo-lhes a documentação necessária e ajudando-os em qualquer coisa que esteja ao seu alcance".

A decisão, segundo o texto, foi tomada "colocando acima de tudo a dignidade humana, os direitos e a segurança de nossos médicos, incluindo aqueles que decidiram não retornar ao término de sua missão" no Brasil.

Um contingente de mais de 8.000 médicos cubanos trabalhou no Brasil por mais de cinco anos no Programa Mais Médicos, mas devido às condições exigidas pelo presidente Jair Bolsonaro e não aceitas pela ilha, o governo cubano decidiu encerrar o acordo.

Segundo o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, 7.635 médicos retornaram à ilha, 90% dos que faziam parte do programa. Outros 836 escolheram permanecer no Brasil.

O governo cubano diz que as autoridades brasileiras "não cumpriram (...) as ofertas de emprego aos médicos cubanos que escolheram não retornar a Cuba no final de sua missão, bem como alguns outros que formaram famílias com cidadãos brasileiros", afirma o comunicado.

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No final de 2018, mais de 34.000 médicos e paramédicos cubanos trabalhavam em 66 países. No caso dos países mais pobres, como o Haiti, essa assistência é gratuita, mas em sua maioria é baseada em acordos remunerados.

Os serviços profissionais no exterior, principalmente de médicos, constituem uma das fontes mais importante de receita para a economia cubana, gerando cerca de 10 bilhões de dólares por ano. / AFP

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