PUBLICIDADE

Cuba vai enviar médicos para combater surto de Ebola

País diz ser o primeiro a atender os apelos da ONU e vai mandar 165 profissionais de saúde a partir de outubro para Serra Leoa

Por Jamil Chade
Atualização:

Atualizado às 11h55 de 12/9

PUBLICIDADE

GENEBRA - Cuba vai usar parte de seus 4 mil colaboradores e médicos espalhados por 32 países africanos para ajudar a Organização Mundial da Saúde (OMS) a responder ao surto do Ebola que, segundo a entidade, pode contaminar mais de 20 mil pessoas. Na manhã desta sexta-feira, 12, Cuba anunciou que vai enviar 165 profissionais de saúde a partir de outubro para Serra Leoa. "Se vamos para guerra contra o Ebola, precisamos de recursos para lutar", declarou Margaret Chan, diretora da OMS. Cuba se declarou como o primeiro país a atender aos apelos de ajuda da ONU para enfrentar a doença.

A doença já matou mais de 2,4 mil pessoas, segundo Chan, e contaminou oficialmente 4.366. Mas a própria OMS admite que os números reais são maiores, e os governos da região africana mais afetada alertam que é a existência dos Estados que hoje está em jogo.

Oficialmente, o surto de Ebola já matou mais de 2,2 mil pessoas Foto: Abbas Dulleh/AP

Diante do cenário, a ONU passou a apelar diretamente a governos de todo o mundo para que saiam ao socorro da região. O ministro da Saúde de Havana, Roberto Morales, reuniu-se com a diretora da OMS, Margaret Chan, enquanto a imprensa oficial cubana se apressou em decretar que o regime de Raúl Castro era o primeiro no mundo a dar uma resposta aos apelos da ONU por ajuda na África. No final da semana, o governo britânico anunciou o envio de médicos e de soldados para erguer um centro de atendimento em Serra Leoa, com capacidade para 62 leitos. O governo dos Estados Unidos também anunciou ajuda, depois de um telefonema do diretor do secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, ao presidente Barack Obama. Na Europa, Bruxelas anunciou 140 milhões de euros em ajuda e envio de equipes, enquanto a Fundação Bill e Melinda Gates prometeu nesta semana US$ 50 milhões para combater o vírus. Para os órgãos oficiais cubanos, porém, "Chan manifestou seu agradecimento ao presidente cubano, Raúl Castro, por ser o primeiro país que dá um passo à diante depois do chamado da ONU e da OMS". Morales, depois de visitar a OMS, indicou apenas que esperava que a entidade servisse como "coordenadora" das diversas colaborações internacionais que estão sendo anunciadas. "Pela história de colaboração de nossos países, e em particular no campo da saúde, nos foi pedido que pudéssemos formar parte dos países que dão uma resposta de maneira inicial ao chamado urgente da África", explicou Morales.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.