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Deputado pedirá ajuda ao Vaticano para liberar 'pílula do câncer'

Rafael Silva (PDT) quer que medicamente seja considerado um remédio espiritual, como as pílulas do Frei Galvão

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - O deputado estadual Rafael Silva (PDT) vai pedir ajuda ao Vaticano para a liberação da fosfoetanolamina sintética, conhecida como "pílula do câncer", a portadores da doença. O fornecimento da substância, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e usada de forma aleatória há 20 anos por pessoas com câncer, está suspenso desde o último dia 11 por decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com o TJ, a substância não foi testada em seres humanos e pode acarretar graves consequências aos pacientes.

Silva quer que a Igreja Católica interceda junto ao Judiciário e ao Executivo brasileiros para que a substância seja considerada um remédio espiritual, como as pílulas de Frei Galvão. “As pílulas do religioso não são um remédio como os da farmácia. São, sim, remédio para a alma e o corpo para todo fiel cristão que tem fé. E é isso que tem acontecido com as pessoas que enfrentam o câncer”, afirmou.

A suposta eficácia da fosfoetanolamina contra o câncer vem sendo discutida há vinte anos Foto: Estadão

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As pílulas de Frei Galvão são distribuídas gratuitamente pela Igreja Católica e têm como referência um milagre do santo que, procurado por uma pessoa com fortes dores, escreveu no verso de um papelzinho, dobrou-o e pediu que fosse ingerido pelo paciente, que se curou. Segundo o parlamentar, há muitos relatos de cura atribuída às pílulas de Frei Galvão. “A fosfoetanolamina sintética é a última esperança para quem enfrenta o câncer. Muitas pessoas tomaram o composto e relataram a cura”, disse. 

Silva encaminha nesta segunda-feira (23) ofícios ao arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer; ao núncio apostólico Dom Giovanni D'Aniello, representante do Vaticano no Brasil; ao embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Denis Fontes de Souza Filho, e ao Papa Francisco. A reportagem não conseguiu, neste domingo, contato com as autoridades eclesiásticas citadas pelo parlamentar.