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Descobertas bactérias na camada mais profunda da crosta sob os oceanos

A crosta oceânica corresponde a cerca de 70% da superfície da Terra

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Por Redação
Atualização:

O primeiro estudo já realizado para explorar a atividade biológica na camada mais profunda da crosta terrestre sob os oceanos encontrou bactérias com uma grande gama de capacidades, incluindo a de comer hidrocarbonetos e de fixar carbono.

 

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A pesquisa, publicada no periódico online PLoS ONE, mostra que um grande número de tipos de bactérias estava presente, até mesmo em temperaturas próximas à de ebulição da água.

 

"Este é um novo ecossistema que praticamente ninguém jamais explorou", disse Martin Fisk, da Faculdade de Ciências Oceânicas e Atmosféricas da Universidade Estadual de Oregon. "Esperávamos alguns tipos de bactéria, mas a lista de funções biológicas que ocorrem nas profundezas da Terra é surpreendente".

 

A crosta oceânica corresponde a cerca de 70% da superfície da Terra, e sua geologia já foi explorada até certo ponto, mas praticamente nada se sabe a respeito de sua biologia.

O leito oceânico é geralmente composto de três níveis, incluindo uma camada rasa de segmento; basalto, formado por magma solidificado; e uma camada ainda mais profunda de basalto que se resfriou mais devagar, chamada camada de gabro.

 

O gabro não começa até que a crosta tenha cerca de 3,5 km de espessura. Mas num ponto do Oceano Atlântico, perto de uma montanha submarina, o Maciço Atlântida, amostras foram obtidas de gabro que se localiza mais perto da superfície que o normal, Isso permitiu a primeira investigação biológica dessas rochas.

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A expedição perfurou mais de 1 km na formação, até rochas que no passado estiveram em grande profundidade e que são muito antigas, e descobriram grande atividade biológica. Micróbios estavam degradando hidrocarbonetos, e alguns pareciam capazes de oxidar metano. havia ainda genes ativos no processo de fixar - isto é, extrair de um gás - tanto carbono quanto nitrogênio.

 

A possibilidade de micróbios das profundezas serem capazes de fixar carbono, dizem os autores do trabalho, reforça o viabilidade de se retirar dióxido de carbono da atmosfera e estocá-lo em camadas profundas do subsolo.

 

Os pesquisadores também sugerem que ambientes subterrâneos de Marte, onde existe metano, poderiam sustentar micróbios como os descobertos neste estudo.

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