Um grupo de pesquisadores espanhóis da Universidade de Sevilha descobriu os mecanismos pelos quais o HIV, vírus que causa a aids, permanece "silenciado" no genoma humano, sem se manifestar e fora do alcance das terapias antirretrovirais. O trabalho, que foi publicado na revista PLoS Genetics, revela que esse vírus, apesar de permanecer em zonas genômicas ativas, conta com um sofisticado mecanismo que o oculta durante o processo de transcrição que a cromatina realiza, informou nesta segunda-feira, 19, a universidade em um comunicado. A pesquisa poderia ajudar a resolver questões ainda não respondidas sobre os numerosos trabalhos realizados sobre o assunto e a rejeição de alguns tratamentos contra a doença. A terapia combinada de medicamentos contra o HIV reduz praticamente a zero a carga viral em circulação nos pacientes, mas a infecção continua de forma crônica, devido à capacidade do HIV permanecer latente em células do paciente, mantendo intacta sua capacidade de ativação. Isso evita que os medicamentos antirretrovirais atuais curem a infecção, obrigando o paciente a medicar-se por toda a vida. A equipe, coordenada pelo professor Sebastián Chávez de Diego, utilizou um sistema genético baseado na levedura de cerveja. Os fatores celulares identificados lidam com a remontagem da cromatina. Ou seja, contribuem para manter a correta organização do material genético quando a célula lê a informação contida em seus próprios genes. As cópias latentes do HIV são normalmente encontradas em regiões do genoma que estão sendo ativamente expressas, circunstância paradoxal e que não podia ser explicada mas que à luz das novas descobertas é plenamente compreensível.