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Dilma visita fábrica de mosquitos transgênicos em Juazeiro (BA)

Método tem sido apontado como uma das alternativas na luta contra a proliferação do vírus da zika pela OMS

Por Isadora Peron
Atualização:

JUAZEIRO (BA) - A presidente Dilma Rousseff visitou nesta sexta-feira, 19, uma fábrica de mosquitos transgênicos do Aedes aegypti. O método tem sido apontado como uma das alternativas na luta contra a proliferação do vírus da zika pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Dilma conheceu o laboratório em Juazeiro (BA) onde mosquitos machos são alterados geneticamente e, quando soltos na natura para se reproduzir, transmitem um gene mortal que faz com que os mosquitos gerados morram ainda na fase de larva.

“Explicando simplificadamente, é controle de natalidade aplicada a insetos”, diz o diretor da Moscamed, Jair Fernandes Virginio. Segundo ele, esse método é parecido com a técnica do inseto estéril, que é usada desde a década de 1950 e consiste na produção em grande escala de mosquitos estéreis para liberá-los na área em que a espécie é uma praga. Quando estes mosquitos se reproduzem com a fêmea natural, não são gerados filhotes ou, como acontece neste caso, esses filhotes não conseguem sobreviver.

Na fábrica de Juazeiro, a pesquisas com o Aedes acontecem desde 2010 em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e com financiamento do governo da Bahia, que já investiu quase R$ 6 milhões no projeto. A técnica já foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e está em fase de testes. O projeto piloto foi instalado na cidade baiana de Jacobina e os resultados iniciais demonstraram uma redução média aproximada de 80% no número de ovos do mosquito.

'Até criar, produzir e distribuir a vacina, temos que combater o vírus e o único jeito é matar o mosquito e não deixá-lo nascer', afirmou a presidente Dilma Rousseff Foto: Robert Stuckert Filho/PR/Divulgação

Até a metade do ano, a Moscamed vai começar uma nova pesquisa com mosquitos estéreis fornecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Não há, no entanto, uma previsão de quando esse tipo de experimento poderá ser aplicado em larga escala no Brasil.

Virginio, porém, sustenta que, diante da epidemia de zika no mundo, é cada vez mais importante investir em estudos como esse, porque não se pode abrir mão de nenhuma tecnologia que ajude no combate ao mosquito que também transmite a dengue e a chikungunya. “Nós temos que trabalhar com o somatório de todas as tecnologias. Eu brinco que se alguém conhecer um menino bom de estilingue, tem de convidá-lo para participar do combate, porque nós não podemos preterir nenhuma tecnologia”, afirmou.