Dinossauros respiravam como pingüins, diz estudo

Pesquisa britânica descobriu em fósseis estruturas ósseas semelhantes às das aves.

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Por Helen Briggs
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Uma pesquisa da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, descobriu que dinossauros como o Velociraptor respiravam como o pingüim. Segundo cientistas, estudos em fósseis demonstraram que estes dinossauros tinham o sistema respiratório mais eficiente entre todos os animais, que fornecia oxigênio a seus corpos e aumentava a sua velocidade quando corriam atrás das presas. Os carnívoros bípedes tinham bolsas de ar, ventiladas por minúsculos ossos que moviam as costelas para cima e para baixo. "O fato de encontrarmos estas estruturas em aves modernas e em seus ancestrais já extintos sugere que estes dinossauros corredores tinham um sistema respiratório eficiente e serve de apoio à teoria de que eles eram animais muito ativos, que poderiam correr relativamente rápido quando perseguiam suas presas", disse Jonathan Codd, cientista que chefiou a pesquisa. "(Estas estruturas) fornecem um mecanismo para facilitar uma respiração semelhante a de aves em dinossauros que não eram semelhantes às aves, e isso ocorreu bem antes da evolução para o vôo", afirmou o cientista à BBC. As informações, publicadas na revista especializada Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, poderão fornecer pistas de como os dinossauros evoluíram e como eles poderiam ter vivido. Aves modernas têm um sistema respiratório muito especializado, constituído por um pulmão pequeno e rígido e nove bolsas de ar em volta. O movimento do esterno e das costelas move o ar pelo sistema. Pequenas projeções ósseas que saem das costelas, em formato de garras, também têm um papel importante na respiração e na locomoção. Os pequenos ossos funcionam como alavancas para mover as costelas e o esterno durante a respiração. Eles se adaptaram em diferentes tipos de aves para lidar com suas diferentes necessidades. Os ossos são mais curtos em corredores como avestruzes, que não precisam de grandes músculos peitorais para o vôo. Têm tamanho intermediário em aves voadoras e são mais longos em aves mergulhadoras, como o pingüim. Os cientistas de Manchester estudaram muitos fósseis de dinossauros e aves extintas como o Arqueopterix e compararam estes fósseis com esqueletos de aves modernas. Eles encontraram estas pequenas projeções ósseas em formato de garras nas costelas de todos, dos ancestrais das aves, dos dinossauros e nas espécies modernas. "Os dinossauros que estudamos a partir dos registros dos fósseis tinham longas projeções ósseas em formato de garra, saindo das costelas, parecidas com as das aves mergulhadoras", disse Jonathan Codd. "Isto sugere que dinossauros precisavam e as aves mergulhadoras precisam destas projeções ósseas mais longas para ajudar na respiração", acrescentou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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