Documentário sobre eutanásia causa polêmica na Inglaterra

Canal de TV promete exibir na íntegra filme que registrou a morte de Craig Ewert, numa clínica suíça

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Por Associated Press
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Um canal de TV britânico disse que pretende exibir a morte de um cidadão dos Estados Unidos em uma clínica suíça, uma transmissão criticada, pelos oponentes do suicídio assistido, como um golpe publicitário cruel. Paciente perde batalha legal para que se esclareça eutanásia O suicídio, em 2006, de Craig Ewert deveria ser exibido na noite desta quarta-feira, 10, em um documentário do canal digital Sky Real Lives.Ewert sofria de uma doença degenerativa dos nervos motores, e morreu em uma clínica de Zurique administrada pelo grupo de suicídio assistido Dignitas, com sua mulher, Mary, a seu lado. O suicídio assistido é legal na Suíça, sob certas circunstâncias, e várias organizações oferecem o serviço. Ewert morava no Reino unido, onde suicídio assistido e eutanásia são ilegais. O filme, dirigido pelo documentarista ganhador do Oscar John Zaritsky, foi exibido em festivais de cinema e na televisão canadense. Mas vem provocando controvérsia no Reino Unido, onde a questão do suicídio assistido divide a sociedade e onde outros filmes do mesmo tipo sempre pararam antes do momento da morte. O primeiro-ministro Gordon Brown disse que é "muito importante que se tenha sensibilidade ao lidar com essas coisas, e espero que a mídia lembre-se de seu dever para com o público". Peter Saunders, do grupo contra a eutanásia Care Not Killing, disse que a decisão de exibir a morte de Ewert era uma "tentativa cínica de aumentar a audiência". O deputado Phil Willis, que foi eleito pela cidade onde Ewert morava, Harrogate, no norte da Inglaterra, acusou o filme de promover o suicídio assistido. "Embora eu tenha uma grande simpatia por Mary Ewert e pelo restante da família e, de fato, pela grande coragem de Craig Ewert, suas decisões particulares não devem, creio, ser objeto de um filme disponível para todo mundo", disse ele.

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