Dois tripulantes do Discovery começam caminhada espacial

Em um trabalho de seis horas, astronautas devem instalar módulo e nova antena na nave

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

Os astronautas americanos Scott Parazynski e Douglas Wheelock, tripulantes do ônibus espacial Discovery, iniciaram nesta sexta-feira, 26, a primeira caminhada espacial da atual missão da nave, acoplada desde a última quinta à Estação Espacial Internacional (ISS). Os dois astronautas começaram a caminhada e devem permanecer fora da plataforma orbital cerca de seis horas e meia, informou um representante da Nasa no Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia, Serguei Puzanov, citado pela agência "Interfax". Parazynski e Wheelock têm que realizar os primeiros trabalhos para instalar na ISS o módulo Harmony, de fabricação italiana, que chegou ao laboratório espacial no compartimento da nave, e uma nova antena. O Harmony, que pesa quase 16 toneladas, será instalado provisoriamente em um píer do módulo americano Unity. Após a nave se separar da estação orbital, o Harmony será levado até sua posição permanente no extremo do laboratório americano Destiny. Neste local, o módulo italiano servirá de eixo para a instalação futura do módulo japonês Kibo e do módulo Columbus da Agência Espacial Européia. A missão do Discovery, ao comando de Pamela Melroy, foi planejada com uma duração de 14 dias e inclui cinco dias de trabalho no espaço exterior. Mulheres no comando Sua tripulação prepara-se para embarcar na mais complexa fase de construção do posto avançado orbital. O ônibus realizou um "salto mortal" para que os engenheiros na Terra tenham imagens completas do revestimento da nave. O atracamento das unidades marca o primeiro encontro de duas naves espaciais comandadas por mulheres. A comandante da ISS, Peggy Whitson, é a primeira mulher a comandar a base espacial. Os engenheiros da Nasa não viram nada de significativo na checagem preliminar das imagens feitas na quarta-feira, durante um exame do nariz e das asas do Discovery, disse o chefe da equipe de gerenciamento da missão, John Shannon, mas os especialistas dizem que é preciso obter mais dados antes de poder afirmar que a blindagem térmica da nave passou intacta pela decolagem. Em agosto, imagens feitas durante o "salto mortal" do Endeavour revelaram um vão preocupante na barriga da nave, que suscitou dias de debates sobre a necessidade, ou não, de reparos. Inspeções desse tipo tornaram-se rotina depois que um pedaço de espuma se soltou do tanque de combustível externo do Columbia e quebrou a blindagem de uma das asas. Foi esse dano que levou à destruição da nave durante a reentrada na atmosfera, em 2003. Cerca de seis pedaços de espuma soltaram-se do tanque do Discovery, e um ou mais podem ter atingido a nave, mas isso ocorreu num período após o lançamento quando o evento não causa preocupação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.