Doses altas de maconha podem piorar a dor, diz estudo

Droga de alta capacidade analgésica é capaz de aliviar dores apenas se consumida de forma moderada

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Por BBC Brasil
Atualização:

Consumir altas doses de maconha para fins terapêuticos pode aumentar as dores em vez de aliviá-las, apontou uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia e divulgada nesta quarta-feira, 24, pela BBC. Veja também: Maconha combate a depressão em pequenas doses As propriedades analgésicas da maconha são amplamente conhecidas e vários países como o Canadá e a Holanda permitem o uso da substância para fins medicinais. Mas de acordo com pesquisadores americanos, a chave para obter o efeito desejado com a maconha está na quantidade consumida do produto. O estudo, publicado na revista científica Anesthesiology, analisou 15 voluntários saudáveis que receberam uma injeção subcutânea de capsaicina, uma substância encontrada na pimenta que provoca dores. Em seguida, os participantes fumaram maconha, cujas doses foram determinadas pela quantidade de tetraidrocanabinol, a principal substância ativa encontrada na droga. Quanto maior a concentração de tetraidrocanabinol, mais alta era a dose. Quarenta e cinco minutos mais tarde, os que fumaram doses moderadas de maconha disseram que a dor havia sido aliviada consideravelmente, enquanto que os que fumaram doses mais altas sentiram dores ainda mais fortes. O líder do estudo, Mark Wallace, acredita que as descobertas podem ter implicações nas formas como a maconha é usada para fins medicinais. "Este é o primeiro estudo a usar diferentes doses de maconha para avaliar sua ação medicinal", disse Wallace. Alguns especialistas, no entanto, questionam o fato de os testes terem sido feitos em pacientes saudáveis e não acreditam que os resultados podem ser aplicados para entender a ação da maconha no tratamento de pacientes com câncer e esclerose múltipla. "Muitas pessoas com esclerose múltipla sentem grande alívio nas dores ao consumirem maconha. Seria interessante se testes semelhantes fossem realizados em pacientes com a doença", disse Laura Bell, da Sociedade de Esclerose Múltipla.  BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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