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'E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’, diz Bolsonaro sobre aumento de mortes por covid

Nas últimas 24 horas foram registrados 474 óbitos e o Brasil ultrapassou os números de mortes da China

Por Patrik Camporez
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 29, que lamenta, mas não tem o que fazer em relação ao recorde de mortes registradas em 24 horas, com 474 óbitos, ultrapassando a China no número total de óbitos pelo novo coronavírus. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse Bolsonaro, em referência a seu segundo nome.

'E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?', diz Bolsonaro sobre recorde de mortes por coronavírus Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Durante a entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, uma jornalista disse ao presidente: “A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19..." Foi quando Bolsonaro o respondeu que não poderia fazer nada. Nesta terça-feira, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de mortes confirmadas por covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, ultrapassou a marca dos 5 mil, chegando a 5.017. Na China, são 4.643. O Brasil registrou nas últimas 24 horas mais mortes que Itália, França e Espanha.  Momentos depois, na mesma entrevista, Bolsonaro disse se solidarizar com as famílias das vítimas. “Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas”, disse.

“Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás”, disse o presidente. Questionado se conversaria com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre a flexibilização do distanciamento social, Bolsonaro afirmou que não dá parecer e não obriga ministro a fazer nada.

O presidente também disse que ninguém nunca negou que a covid-19 causaria mortes no Brasil e que 70% da população será infectada. “As mortes de hoje, a princípio, essas pessoas foram infectadas há duas semanas. É o que digo para vocês: o vírus vai atingir 70% da população. Infelizmente é a realidade. Mortes vai haver. Ninguém nunca negou que haveria mortes”, disse.

"É igual a uma chuva. Você vai se molhar. Tem que proteger da chuva os mais fracos, os mais idosos, para não virar pneumonia, gripe".

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