Atualizado às 11h10
GENEBRA - Um comitê de especialistas em ética médica da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira, 12, que é ético oferecer medicamentos ou vacinas não comprovados para o tratamento ou prevenção do surto de Ebola na África Ocidental e aprovou o seu uso. A doença já deixou mais de 1.000 mortos.
A OMS, porém, disse que o fornecimento de remédios experimentais requer "consentimento, liberdade de escolha, confidencialidade, respeito pela pessoa, preservação da dignidade e envolvimento da comunidade".A entidade esclareceu que segue recomendando as medidas clássicas de saúde pública para controlar o surto de Ebola na África Ocidental e pediu para não depositar esperanças desmedidas em tratamentos ou vacinas experimentais.
"A prioridade deve ser a identificação rápida dos casos, o isolamento e rastrear as pessoas que tiveram contato com infectados", disse a subdiretora-geral da OMS, Marie-Paule Kieny.
O comitê se reuniu para discutir se vários medicamentos e vacinas experimentais que estão sendo desenvolvidos para combater o Ebola podem ser utilizados apesar de não terem sido totalmente testados ou licenciados. A reunião foi convocada após o remédio experimental ZMapp, feita pela empresa de biotecnologia Mapp Biopharmaceutical, ter sido dada a dois norte-americanos infectados na Libéria. O Ministério da Saúde da Espanha anunciou que o padre Miguel Pajares, morto pela doença, foi tratado com o ZMapp.
"Surtos de Ebola podem ser contidos usando intervenções disponíveis, como diagnóstico precoce e isolamento, monitoramento e adesão a procedimentos rigorosos de controle de infecção", disse o comitê em um comunicado. "No entanto, um tratamento ou uma vacina específica seria um potente trunfo para combater o vírus."
Libéria. A Libéria receberá um medicamento experimental para Ebola suficiente para tratar dois médicos do país infectados, disse o Ministro da Informação, Lewis Brown, depois que os Estados Unidos aprovaram a exportação do remédio.
Brown disse que o Ministério da Saúde da Libéria entrou em contato com o laboratório norte-americano Mapp Biopharmaceutical, fabricante do ZMapp, e pediu às autoridades dos Estados Unidos a aprovação rápida da exportação do medicamento./EFE E REUTERS