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Em documento, funcionários da Santa Casa de SP pedem renúncia do provedor

Texto assinado por mais de 1,3 mil trabalhadores defende que renúncia de Kalil Rocha Abdalla é necessária diante da crise financeira

Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:
Funcionários e médicos da Santa Casa fazem documento pedindo a renúncia doprovedor, Kalil Rocha Abdalla, do cargo. Foto:

SÃO PAULO - Em documento com mais de 1,3 mil assinaturas, médicos e enfermeiros da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo pediram nesta sexta-feira, 19, a saída imediata de Kalil Rocha Abdalla do cargo de provedor da instituição. A entidade, que mantém o maior complexo hospitalar filantrópico da América Latina, vive crise financeira e acumula déficit de mais de R$ 400 milhões.

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No texto, os funcionários afirmam que a grave situação financeira enfrentada pela instituição é decorrente de uma soma de fatores, entre eles irregularidades em contratos e outras falhas de gestão, e dizem que o “imediato afastamento do provedor” dos três cargos que ele ocupa - provedor, procurador jurídico e responsável pelo patrimônio imobiliário da entidade - é necessário para que a apuração dos fatos seja feita com a “devida transparência”.

Os médicos dizem também que Abdalla “estará fazendo um ato de extremado amor pela instituição, que, neste momento, precisa de sua renúncia para continuar a respirar”.

Os médicos tentaram entregar o documento com as assinaturas pessoalmente ao provedor, mas ele não estava na instituição, no início da tarde de ontem. O manifesto foi deixado com sua secretária.

O provedor afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o assunto. Em entrevista ao Estado publicada anteontem, ele defendeu sua gestão e afirmou que eventuais irregularidades serão apuradas por uma sindicância aberta pela superintendência da instituição.

No documento, os funcionários afirmam apoiar o atual superintendente, Irineu Massaia, que assumiu o cargo em setembro, em seus projetos de reestruturação. Anteontem, ele anunciou um plano de contingência que prevê a redução de atendimentos eletivos.

A decisão de pedir a saída do provedor do cargo veio durante assembleia realizada pela manhã com cerca de 150 integrantes do corpo clínico do hospital. Após redigir o documento, o grupo passou a coletar assinaturas de funcionários nos diversos setores da Santa Casa.

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Procedimento. O provedor só deixa o cargo se renunciar ou se for destituído pela Irmandade da Santa Casa, formada por 500 integrantes, ou pela Justiça.

Com a crise, irmãos opositores à gestão de Abdalla já colhem assinaturas para pedir a convocação de assembleia-geral da irmandade que teria o objetivo de discutir sua saída. O Ministério Público Estadual (MPE) já sinalizou que poderá entrar com ação civil pública para pedir a saída do provedor.

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