Em SP, um a cada cinco internados por coronavírus em UTI morre; são 4.315 óbitos no Estado

Taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 85,5%. No Estado, esse índice é de 69%

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Por Paloma Côtes e Mariana Hallal
Atualização:

São Paulo tem 4.315 mortos pelo novo coronavírus e um a cada cinco pacientes com internação em UTI vem a óbito. A informação foi divulgada em entrevista coletiva da Secretaria Estadual da Saúde. Nesta quinta-feira, 14, a taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 85,5%. No Estado, esse índice é de 69%. Em todo o Estado, estão internadas em UTI com coronavírus ou com suspeita da doença 3.884 pessoas. 

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"A taxa de letalidade é de 20% nestes casos. Isso significa que, de cada cinco pacientes que vão para a UTI, um não volta para casa", afirmou Luiz Carlos Pereira Júnior, diretor técnico do Instituto Emílio Ribas. "Além disso, 40% dos pacientes que vão para a UTI acabam precisando fazer terapia renal", disse. 

São Paulo responde hoje por 31% das mortes no País. Dados do Ministério da Saúde de quarta-feira, 13, indicavam que o Brasil registrou 13.149 mortes pela doença e tem 188.974 casos confirmados. 

Procedimento de eletrocardiograma em paciente internado no Instituto Emílio Ribas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Reportagem do Estado mostrou que, na capital paulista, dos 20 hospitais municipais de São Paulo, seis deixaram de receber nesta quarta-feira, 13, pacientes em suas unidades de terapia intensiva (UTIs), ou por terem atingido a lotação máxima ou por estarem muito próximos da sua lotação. Na rede do governo do Estado, que é complementar à da Prefeitura, já há dez centros médicos com uma ocupação superior a 90%, e cinco deles também já atingiram a lotação máxima.

A taxa de letalidade da doença no Estado é de 7,9%, de acordo com Paulo Menezes, da Coordenadoria do Controle de Doenças do Estado. "Não foi por falta de leito de UTI que as pessoas morreram. É porque a cada dia que passa nós entendemos que o vírus é mais agressivo do que parecia no início da pandemia", afirmou.

Além disso, o Estado, que é o que concentra os maiores números do País, tem 54.286 casos confirmados da doença, 3.189 novos casos confirmados em 24 horas. 

Isolamento social

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A taxa de isolamento social no Estado foi de 47% nesta quarta-feira (o dado é sempre referente ao dia anterior), ainda abaixo dos 55% que o governo agora considera o mínimo para tentar conter o avanço da doença. "Os números de hoje refletem o que aconteceu há duas semanas e o índice de isolamento social naquela época era maior", disse Dimas Tadeu Covas, chefe do Centro de Contingência contra a Covid-19. "O panorama aponta para uma piora nos próximos dias, porque esse índice caiu. E estamos vendo uma progressão dessa curva. Estamos em um momento muito crítico da evolução dessa pandemia."

"Salve-se em casa. Essa taxa tem que ficar acima de 50%. Não só para diminuir a transmissão, mas para você não ficar doente. Porque essa é uma patologia grave", afirmou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

A quarentena em São Paulo é válida para os 645 municípios paulistas e só permite o funcionamento de serviços essenciais. A medida foi prorrogada pelo governo até o dia 31 de maio.

No dia 20 de maio, São Paulo deve ganhar um novo hospital de campanha, em Heliópolis. Será o quarto na capital paulista e terá 200 leitos, 24 deles de UTI. Já funcionam em São Paulo hospitais de campanha no estádio do Pacaembu, no Anhembi e no complexo do Ibirapuera. 

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