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Enzima faz vírus da gripe controlar de células humanas

Quando o vírus infecta uma célula, tem como objetivo produzir cópias de si mesmo para se espalhar

Por Efe
Atualização:

O vírus da gripe toma o controle das células humanas graças à ação de uma região da enzima polimerase viral, que é capaz de roubar um pedaço de RNA celular para se reproduzir e, assim, invadir outras células. Veja também:Resfriados e gripes pioram reações ao volante, diz estudo Esta é a conclusão à qual chegaram duas equipes de pesquisadores, que publicam nesta quarta-feira, 4, estudos na revista científica britânica Nature. Quando o vírus da gripe infecta uma célula humana, tem como objetivo produzir muitas cópias de si mesmo para se estender a outras células: neste processo, a enzima polimerase viral desempenha um papel-chave. Essa enzima, composta por três subunidades e responsável pela replicação e transcrição do material genético do vírus, assume o controle da organização celular para que esta sintentize as proteínas virais. Ela consegue isso roubando um pequeno pedaço do RNA mensageiro (RNAm) da célula humana, chamado carapaça, que adere ao próprio ácido ribonucleico do vírus. A carapaça é um fragmento extra presente no começo dos RNAm e cuja função é ordenar à maquinaria de síntese protéica celular que volte ao princípio desse processo. A polimerase viral se une à carapaça do RNAm, a corta, a separa dele e a acrescenta ao RNA do vírus, em processo chamado "roubo da carapaça". O ácido ribonucleico é um tipo de molécula que permite que a informação genética do núcleo celular se traduza na síntese de proteínas no citoplasma da célula. A incógnita científica residia em como a enzima polimerase é capaz de realizar esse processo e qual subunidade da mesma era a responsável. Agora, pesquisadores de diversas instituições europeias e da Academia das Ciências da China descobriram que a subunidade da polimerase chamada PA é a que "corta" a carapaça do RNAm da célula humana. "Nossos resultados foram recebidos com uma grande surpresa, porque todo o mundo pensava que a atividade de partilha residia em uma parte diferente da polimerase", explica o subdiretor da Unit of Virus Host-Cell Interaction (UVHCI), pertencente ao Laboratório Europeu de Biologia Molecular, Rob Ruigrok. Os cientistas examinaram cristais de PA com raios X: a imagem de alta resolução mostrou os aminoácidos (peças que compõem as proteínas) individuais que constituem o lugar ativo responsável do corte do RNAm.

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