Espanha aposta em biomarcador para tratamento de câncer de mama

Iniciativa foi anunciada no 47º Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que ocorre nos EUA

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

Chicago (EUA) - Pesquisadores de 12 hospitais espanhóis lideram a busca de um biomarcador para terapia antiangiogênica em câncer de mama, mediante inovadoras técnicas moleculares e de imagem para avaliar a resposta ao tratamento.O doutor Jesus García-Foncillas, chefe do serviço de Oncologia Médica da Clínica Universitária de Navarra e principal pesquisador do estudo IMAGING, anunciou a iniciativa no 47º Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) realizado em Chicago.A pesquisa foi considerada pela comunidade científica internacional, neste fórum, como um dos trabalhos "mais ambiciosos" neste âmbito.O especialista explicou em declarações à Agência Efe, que a terapia antiangiogênica se incorporou com sucesso ao arsenal terapêutico de diferentes tumores.A angiogenesis e proliferação de vasos sanguíneos é um passo prévio à transição de um grupo inofensivo pequeno de células a um tumor de tamanho e à disseminação de um câncer e metástases.García-Foncillas assinalou que bloquear este processo significa impedir que o tumor possa nutrir-se da criação de novos vasos sanguíneos e desse modo seguir crescendo.No entanto, este tratamento enfrenta alguns desafios, entre eles, a necessidade de descobrir um biomarcador que permita identificar os pacientes que melhor responderão a esta estratégia.Outro desafio, que apontou García-Foncillas, é poder determinar mediante técnicas de imagem em que medida o tratamento alcança seu objetivo.A análise se desenhou a fim de identificar no câncer de mama um biomarcador de eficácia para Bevacizumab, que é o antiangiogênico com maior número de indicações em câncer.O Bevacizumab foi apontado por atender duas características: por uma parte, fazê-lo em um tipo de tumor no qual o remédio já estivesse aprovado e por outro, à revelia de nenhuma pista prévia realmente válida, fazer uma busca em massa com dados moleculares e de imagem.A decisão de buscar o marcador no câncer de mama se deve a que este tumor é mais fácil de identificar que outros em biópsias repetidas durante o tratamento, afirmou o pesquisador, que disse que "se pode apalpar e ser identificado por ultrassonografia o lugar exato no qual deve fazer-se o punção".Em julho do ano passado se iniciou a inclusão de mulheres, por enquanto são mais de 70, que receberam um ciclo de tratamento intravenoso com o antiangiogênico, antes e depois do qual se as analisava com técnicas de imagem por PET (tomografia por emissão de pósitrons) utilizando dois marcadores diferentes.O primeiro informa sobre a divisão celular e o segundo sobre a situação de falta de oxigênio do tumor. "Também fizemos ressonância dinâmica e com contraste, biópsia e tomada de sangue antes e depois desse ciclo. Na continuação, foi aplicado Bevacizumab novamente às pacientes, mais quimioterapia em quatro ciclos", apontou.Se obteve um resultado surpreendente porque se comprovou, pelas provas de imagem e a biópsia, que o antiangiogênico não só tem um efeito positivo sobre a vasculatura do câncer mas também sobre o próprio tumor.Isto é só um primeiro passo porque, segundo o doutor, o câncer está "novamente reescrevendo" com os tratamentos individualizados e a busca de biomarcadores se situa como um dos principais objetivos tanto a curto como a longo prazo."Não estamos buscando em uma única direção, em um único marcador, mas na conjunção dos mesmos para identificar que pacientes podem beneficiar-se mais de cada tratamento", comentou .Neste momento, o estudo IMAGING continua recolhendo dados na Clínica Universitária de Navarra (Pamplona), no Hospital Marqués de Valdecilla (a Cantábria), no de Basurto (Bilbao), no Onkologikoa (San Sebastián), no General Yagüe (Burgos), no Arnau de Vilanova (Lérida), no Miguel Servet (Zaragoza), no de São Millán (Logroño), no Hospital Donostia (San Sebastián), no de Navarra (Pamplona) e no Civil de Basurto (Bilbao).

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.