Especialistas discutem o sistema de saúde do Brasil; ex-ministro Luis Henrique Mandetta participa

Está é a sexta edição do Brazil Conference at Harvard & MIT, organizado por estudantes brasileiros com sede em Boston, nos Estados Unidos. 

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Por Érika Motoda
Atualização:

Os desafios do sistema de saúde do País são tema do painel extra da Brazil Conference at Harvard & MIT desta quarta-feira, 3. A discussão sobre o tema, segundo o presidente da conferência, José Renato Carvalho, já estava prevista, mas o painel teve que ser adiado, pois os três convidados, que são profissionais da área da saúde, tiveram de atuar no combate à doença. Está é a sexta edição do evento, organizado por estudantes brasileiros com sede em Boston, nos Estados Unidos. 

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Os participantes avaliam, especialmente, o Sistema Único de Saúde (SUS), que proporciona atendimento médico para 75% da população. Para eles, o SUS é um bom modelo, mas há necessidade de melhorias na gestão.

"Antes do SUS, tinhamos os pagantes e os indigentes. Os não pagantes sobreviviam da filantropia. Esse modelo perdurou quase 500 anos, desde a primeira Santa Casa em Santos até 1988", disse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. "Qualquer agenda que não tenha um foco na redução da desigualdade é uma agenda errada. O SUS é um sistema invejado internacionalmente, mas nacionalmente ele é maltratado", afirmou a professora de Harvard Marcia Castro. 

Veja quem são os palestrantes 

Luiz Henrique Mandetta, médico e ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva Foto: Adriano Machado/Reuters

Ortopedista de formação, Mandetta começou a carreira política no MDB em 2005, ano em que assumiu a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (MS), sua cidade natal. Deixou o cargo em 2010, se filiou ao DEM e concorreu a deputado federal - posto que preencheu de 2011 a 2018. 

Já em 2019, assumiu como ministro da Saúde de Jair Bolsonaro. Antes da pandemia do coronavírus, Mandetta não era dos ministros que mais tinham destaque no governo. Mas, com o protagonismo adquirido no começo deste ano e com os posicionamentos que contrariavam o chefe, Mandetta foi demitido do comando da pasta por Bolsonaro em 16 de abril, no meio da pandemia. 

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O ex-ministro está proibido, pela Comissão de Ética da Presidência, de atuar na iniciativa privada por seis meses e está recorrendo da decisão, porque quer atuar em consultoria e palestras. Enquanto isso, ele segue recebendo o salário de R$ 31 mil, pago aos integrantes do primeiro escalão, assim como ocorre com o ex-ministro da da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

Henrique Sutton de Sousa Neves, diretor-geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

Henrique Sutton de Sousa Neves, diretor-geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Foto: Alaor Filho/ Agência Estado - 9/5/2005

Neves é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e Programa de Administração Avançada da Harvard. Atualmente, além de diretor-geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, ele é membro efetivo do Conselho de Administração da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), segundo informações do Linkedin pessoal e da página de governança da CCR. 

Foi vice-presidente da Shell Brasil para Assuntos Corporativos, de Mercados Nacionais e de Varejo entre 1993 e 1998, presidente na Brasil Telecomde 1998 a 2002 e presidente da Varig em 2005. Em 2010 foi escolhido o Executivo de Valor da área de Indústria Farmacêutica e Serviços Médicos.

Marcia Castro, professora e chefe do departamento de Saúde Global e População de Harvard

Márcia Castro, professora e chefe do departamento de Saúde Global e População de Harvard Foto: Universidade de Harvard/ Reprodução

Formada em Estatística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e PhD em Demografia pela Universidade de Princeton, Marcia é chefe do departamento de Saúde Global e População da Universidade de Harvard desde janeiro de 2019.

De acordo com informações no portal de Harvard, desde 2004, ela trabalha no Programa de Controle da Malária Urbana de Dar es Salaam, uma cidade da Tanzânia, na África, promovendo o uso de gestão ambiental para melhorar a saúde urbana. Ela também trabalha em um projeto que mede saúde, pobreza e local, em Accra, Gana, também na África. 

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Além disso, Marcia está trabalhando nas questões de mobilidade humana e infecções assintomáticas da malária na Amazônia brasileira, bem como os impactos potenciais causados por eventos climáticos extremos na transmissão da malária na Amazônia.

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