03 de fevereiro de 2016 | 11h37
MONTEVIDÉU - O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou na manhã desta quinta-feira, 3, que o combate ao zika vírus no Brasil "está sob controle" e que, "apesar das dificuldades econômicas" da administração federal, não faltará dinheiro para matar mosquitos e pesquisar uma vacina.
A declaração reverte o tom das últimas respostas do governo sobre a epidemia. No dia 22, Castro causou controvérsia ao afirmar que o País estava "perdendo feio" a batalha para o mosquito Aedes aegypti. Uma semana depois, a presidente Dilma Rousseff afirmou que se tratava de uma "constatação da realidade" e a luta seria perdida enquanto o inseto se reproduzisse.
Castro falou em Montevidéu, antes de uma reunião emergencial com outros ministros da Saúde de países latino-americanos. "A situação está sob controle. Estamos fazendo todas as ações necessárias e indispensáveis, mas um esforço sempre maior é necessário ser feito", disse.
Segundo ele, há 4,7 mil casos de suspeitos e 400 confirmações de microcefalia, casos de bebês que nasceram com crânios menores do que o normal e problemas neurológicos. O governo associa esses casos ao vírus.
"Há um compromisso do governo brasileiro, apesar de estar passando por dificuldades econômicas, de não faltar recursos para ações de combate a essa virose. Principalmente para vacinas, há um compromisso público da presidente Dilma Rousseff de que não faltarão recursos públicos para o combate a essa epidemia de microcefalia causada pelo vírus zika", acrescentou.
Castro disse que no dia 11 chegarão ao Brasil técnicos americanos para trabalhar em uma vacina contra o vírus. A parceria foi negociada em telefonemas entre a presidente Dilma e o americano Barack Obama, e do próprio Castro com a secretária de Saúde dos Estados Unidos.
Questionado sobre se o controle de fronteiras eram uma preocupação, Castro relativizou a tentativa de bloquear a passagem de um país a outro. "O vírus de certa forma já se espalhou por todo o continente. O mais importante são ações conjugadas, efetivas, compartilhamento de experiências e ações conjuntas no hemisfério para combater o mosquito. É a arma de que dispomos no momento."
Ele admitiu que no fim de abril, quando a doença foi identificada na Bahia, os sintomas eram considerados mais leves do que o da dengue, transmitida pelo mesmo inseto. "Seis, sete, oito meses depois é que vieram as consequências mais graves, porque apareceram os casos de microcefalia."
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