Estatinas são seguras a longo prazo, sugere novo estudo

Estudo que avaliou droga em pacientes de alto risco cardíaco não constatou aumento de mortalidade por outras causas

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

 O uso de estatinas, drogas que ajudam a baixar os níveis de colesterol, ajuda a reduzir o risco cardiovascular a longo prazo sem aumentar outros riscos, revela um novo estudo. A pesquisa, publicada no periódico científico Lancet, avaliou os efeitos do uso da sinvastatina por um período de onze anos. Segundo os autores, pesquisas anteriores mostram que a queda no colesterol com o uso de estatinas reduz problemas vasculares e mortalidade, mas há pouca evidência sobre a eficácia e segurança do tratamento a longo prazo. Para chegar ao resultado, os pesquisadores acompanharam mais de 20 mil pacientes de alto risco. Eles foram divididos em dois grupos: metade recebeu a droga e metade tomou placebo - cápsulas inócuas. Numa primeira etapa, os voluntários foram acompanhados ao longo de cinco anos, em média. Após esse período, todos passaram a receber estatinas, e os níveis de gordura no sangue ficaram parecidos. A partir daí, eles foram seguidos durante aproximadamente mais seis anos, totalizando quase 11 anos de acompanhamento. Durante a primeira fase, o grupo que tomou estatinas teve uma queda de 23% nas taxas de LDL - famoso colesterol ruim -  e nos eventos vasculares. Após a experiência, não foram notadas diferenças significativas nos dois grupos, tanto em eventos vasculares quanto mortalidade. Também não houve diferença significativa na incidência de câncer ou mortalidade atribuída as outras causas. Os autores concluem que mais tempo em tratamento com estatinas resulta em uma queda importante dos eventos vasculares. Além disso, mesmo após o fim do estudo, os benefícios persistiram sem evidência do surgimento de novos riscos. Segundo o artigo, os resultados respaldam o início imediato da medicação nos pacientes que precisam, e o uso da droga a longo prazo.

"O tratamento com estatinas nos pacientes bem escolhidos é, sem dúvida, um dos maiores avanços na medicina preventiva. No entanto, o uso não pode ser indiscriminado, particularemente em pacientes com baixo risco, pois pode causar manifestações musculares e acelerar a manifestação de diabete", ressalva o cardiologista Andrei Sposito, da Universidade Estadual de Campinas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.