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Estudo associa mortalidade a baixo índice de vitamina D

Risco de morte foi 26% maior em grupo com baixos níveis da substância.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Pessoas com baixos índices de vitamina D parecem sofrer maior risco de morrer por várias doenças, de acordo com um estudo feito por especialistas americanos. Os pesquisadores não sabem explicar o mecanismo por trás das mortes, mas dizem que se a relação entre vitamina D e mortalidade for confirmada, doses suplementares da vitamina poderão ser receitadas a alguns indivíduos no futuro. O estudo foi incluído na edição de agosto da publicação científica Archives of Internal Medicine. A vitamina D é produzida no corpo pela exposição ao sol. Ela também pode ser encontrada em peixes oleosos, gema de ovo e margarina. Pressão sangüínea O pesquisador Michal L. Melamed e equipe, do Albert Einstein College, em Nova York, analisaram os índices de vitamina D no sangue de 13.331 pessoas de ambos os sexos. Os participantes tiveram seus níveis de vitamina D monitorados entre 1988 e 1994. Até o ano de 2000, 1.806 indivíduos do grupo haviam morrido. Os pesquisadores dividiram o total de participantes em quatro grupos, de acordo com o índice de vitamina D apresentado. Eles verificaram que o número de mortes no grupo com o menor índice de vitamina D no sangue - menos de 17,8 nanogramas por mililitro - foi 26% maior em comparação com as mortes ocorridas no grupo com o maior índice. Os autores sugerem que baixos níveis de vitamina D podem estar associados à morte por causa do seu efeito na pressão sangüínea e na habilidade do organismo de responder à insulina. Os especialistas também associam deficiência de vitamina D à obesidade e ao diabetes. Pesquisas anteriores O estudo da equipe americana cita pesquisas anteriores, que indicam que a deficiência de vitamina D contribui para doenças cardiovasculares, câncer e morte. Os pesquisadores também se baseiam em dados estatísticos mostrando que incidentes cardiovasculares são mais comuns no inverno, quando os índices de vitamina D são menores. Também como evidência, o estudo americano cita estatísticas segundo as quais índices de sobrevivência ao câncer são melhores se a doença é diagnosticada no verão, quando os níveis de vitamina D no sangue são maiores. "Mais estudos de observação são necessários para confirmar estas descobertas e estabelecer os mecanismos por trás destes resultados", diz o estudo. "Se confirmados, testes clínicos aleatórios serão necessários para determinar se suplementos de vitamina D em doses maiores poderiam ter algum benefício potencial em reduzir risco futuro de mortalidade nos (indivíduos) com deficiência de vitamina D". Especialistas sugerem que o índice ideal de vitamina D no sangue seja 30 nanogramas por mililitro ou mais. Cerca de 41% dos homens e 53% das mulheres nos Estados Unidos têm índices inferiores a este. Mulheres Em outro estudo publicado nesta semana na publicação científica Annals of Rheumatic Diseases, pesquisadores britânicos sugerem que baixos índices da vitamina D podem contribuir para dor crônica entre mulheres. Segundo os especialistas, o mesmo não se aplicaria aos homens - um indício de que pode haver interferência de hormônios no fenômeno. Médicos advertem, no entanto, que o excesso de vitamina D pode ter efeitos tóxicos. No Brasil, a dose recomendada de vitamina D é 5 a 10 microgramas diários, podendo subir para 15 microgramas em idosos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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