Estudo diz que ter cônjuge doente pode fazer mal à saúde

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Por Agencia Estado
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Um marido ou mulher com uma doença debilitante pode antecipar a morte do cônjuge saudável, sugere um estudo. Os pesquisadores culpam o estresse e a perda do companheirismo, ajuda prática, financeira e de outros tipos de auxílio que podem ocorrer quando um dos cônjuges adoece. "Você pode morrer por causa de um coração partido não só quando seu parceiro morre, mas quando ele fica doente também", disse o pesquisador-chefe da Escola de Medicina de Harvard, Nicholas Christakis. O estudo de Harvard e da Universidade da Pensilvânia será publicado hoje no The New England Journal of Medicine. A pesquisa analisou registros médicos de 518.240 casais de idosos, durante nove anos. Pesquisas anteriores haviam mostrado que os cônjuges de pessoas doentes enfrentam mais riscos de doenças e morte também. Mas esse estudo examinou um grupo extraordinariamente grande de casais e também qualificou os riscos associados a uma série de doenças. Ele descobriu que o risco é considerável: os homens tiveram um aumento de 4,5% na probabilidade de morrer num dia qualquer depois que suas mulheres adoeceram; nas mulheres, esse aumento foi de 3%. Se o parceiro doente morre, o risco de o cônjuge sobrevivente morrer - seja por acidentes, suicídio, infecções ou condições preexistentes, como diabetes - aumenta em cinco vezes, elevando o porcentual para 21% em homens e 17% em mulheres. Esse risco foi especialmente alto nos primeiros seis meses depois que o cônjuge foi hospitalizado. Uma hospitalização por derrame cerebral, ataque cardíaco, pneumonia ou fratura da bacia aumentou a morte nos maridos em 25%, e nas esposas em 13%. Internações por demência ou problemas psiquiátricos foram particularmente ruins, aumentando o risco de morte de 47% para 58% em homens e de 38 para 77% em mulheres. Os idosos são especialmente vulneráveis ao efeito. Por outro lado, a maioria dos tipos de câncer surtiu pouco ou nenhum efeito no risco para a vida dos parceiros, aparentemente porque muitos pacientes são capazes de viver bem durante o tratamento. Segundo os pesquisadores o risco também pode se aplicar a filhos ou amigos próximos.

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