Estudos identificam variantes genéticas similares para câncer de mama e ovário

Dois tipos de tumor compartilham a mesma região de suscetibilidade, no cromossomo 19

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Por Redação
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SÃO PAULO - Três estudos independentes publicados no último domingo na revista Nature Genetics destacam a descoberta de variantes genéticas associadas ao câncer de mama e de ovário. Sabe-se que os dois tipos têm fatores de risco em comum, e as novas pesquisas identificaram que eles também compartilham uma região genética de suscetibilidade ao desenvolvimento de tumores, no cromossomo 19. Simon Gayther, da University College London, no Reino Unido, e colegas realizaram um estudo de associação genômica ampla para o câncer de ovário. Foram reunidos 10.283 casos dos quatro principais subtipos histológicos, e os cientistas identificaram duas novas regiões genômicas associadas à doença. No segundo levantamento, o grupo de Paul Pharoah, da Universidade de Cambrigde, também no Reino Unido, fez outra associação genômica ampla para o câncer de ovário, em 8.951 casos. Foram identificadas variantes em uma região genômica específica no cromossomo 19, associada à doença. Segundo a pesquisa, a região está próxima ao gene conhecido como MERIT40, que interage com outro gene, o BRCA1. Mutações nesse segundo gene são conhecidas como fatores de risco tanto para o câncer de ovário como para o de mama. Fatores genéticos que poderiam modificar esses fatores de risco foram buscados no terceiro estudo, desenvolvido por Fergus Couch, da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, e colegas. Os cientistas fizeram uma associação genômica para o câncer de mama em 1.193 pacientes que tinham tanto a mutação no gene BRCA1 como câncer, e em outras 1.190 pessoas que tinham a variante genética, mas não tinham tumores. O grupo verificou a associação de uma região genômica específica no cromossomo 19 com o câncer de mama nas mulheres com maior risco (as que tinham a mutação). Segundo os pesquisadores, a região no genoma é a mesma que o grupo de Pharoah descobriu estar associada ao câncer de ovário. Apesar da importância da descoberta, o grupo ressalta que pesquisas mais amplas são necessárias para que se conheçam melhor as funções dessas regiões cromossômicas envolvidas na suscetibilidade de tumores.

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