EUA aprovam exame caseiro para detectar vírus da Aids

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Por Redação
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Autoridades norte-americanas anunciaram nesta terça-feira a aprovação comercial de um teste doméstico para a detecção do vírus da Aids, que foi desenvolvido pela empresa OraSure Technologies e poderá ser autoadministrado. O OraQuick In-Home HIV Test oferece resultados em 20 a 40 minutos, a partir de uma amostra da saliva. As ações da OraSure, que estavam suspensas à espera da decisão da Administração de Alimentos e Drogas (FDA), fecharam com alta de 5,2 por cento na Nasdaq, cotadas a 12,10 dólares. O exame já estava liberado para ser aplicado por técnicos laboratoriais, mas agora estará disponível para uso sem supervisão especializada. Ele deve começar a ser vendido em outubro em mais de 30 mil estabelecimentos e pela Internet. A empresa afirmou que o preço ainda não está definido, mas deve ficar ligeiramente acima dos 17,50 dólares cobrados na versão para uso profissional, por conta de custos com itens como embalagem e rotulagem. A OraSure acrescentou que pretende fazer uma grande campanha publicitária para divulgar seu produto. Mas o executivo-chefe Douglas Michaels não quis apresentar previsões de faturamento. Segundo Michaels, a FDA prevê um mercado superior a 500 milhões de dólares para os exames domésticos de HIV. Ele disse que a empresa pretende futuramente disponibilizar o teste em outros países. A FDA alertou que um resultado positivo no OraQuick não significa necessariamente que o indivíduo seja portador do vírus da Aids, e sim que novos exames são necessários. Estima-se que 1,2 milhão de norte-americanos sejam soropositivos, mas que um quinto deles não saiba disso. Cerca de 50 mil novas contaminações acontecem por ano, muitas vezes provocadas por pessoas que desconhecem ter o vírus, segundo a FDA. "Conhecer o seu status é um fator importante no esforço para evitar a difusão do HIV", disse a médica Karen Midthun, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA. "A disponibilidade de um kit de exame caseiro para o HIV oferece mais uma opção para que indivíduos sejam testados e possam buscar atendimento médico, caso seja apropriado." Os testes clínicos mostram que o exame tem precisão de 92 por cento no diagnóstico de portadores do vírus. Entre pessoas não-portadoras, 99,98 por cento dos resultados foram negativos, ou seja, haveria só um falso positivo a cada 5.000 exames. (Reportagem de Bill Berkrot, em Nova York; e de Anna Yukhananov, em Washington)

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