Três homens que conspiraram para saquear cadáveres e vender pedaços dos corpos, alguns doentes, foram condenados à prisão na quarta-feira, 22. Em New Jersey, enquanto isso, um juiz federal decidiu contra alguns pacientes que abriram processos após receberem alguns desses tecidos, dizendo que eles não conseguiram estabelecer motivo para o processo. O juiz William J. Martini concordou com a defesa que afirma que tais procedimentos cirúrgicos não são capazes de transmitir doenças altamente contagiosas como HIV e sífilis. Martini disse que todos aqueles que receberam implantes de tecidos ou ossos testaram negativo para essas doenças e outras possíveis, o que elimina a base de seus processos. A mente por trás do esquema, Michael Mastromarino, foi sentenciado a 25 a 58 anos de prisão. Os irmãos Louis e Gerald Garzone, que providenciaram os corpos em casas funerárias e crematórios que administravam na Filadélfia, vão cumprir de 8 a 20 anos. "Eles nos traíram e abusaram, da maneira mais desprezível, os membros de nossas famílias", disse David P. Blatt, que teve o corpo de seu pais entre os pilhados. Mastromarino já tinha sido sentenciado a 18 a 54 anos por coordenar o esquema em Nova York. As duas sentenças correrão simultaneamente. O escândalo data de fevereiro de 2006, quando Mastromarino - então dono do Fort Lee, empresa de serviço de oferta de tecidos - e outros foram acusados de cortar cadáveres em casas funerárias de Nova York, New Jersey e Pennsylvania. As partes foram vendidas e usadas em cerca de dez mil procedimentos cirúrgicos por médicos que não suspeitavam de nada, no Canadá e nos Estados Unidos. Mastromarino pagou os Garzones por pelo menos 244 corpos que foram cortados sem a permissão da família e sem testes médicos, disseram os advogados. Pele, ossos, tendões e outras partes - algumas delas adoecidas - foram então vendidos por todo o país para implantes.