
12 de março de 2009 | 18h04
Apesar de terem apoiado a manifestação do bispo de Recife e Olinda sobre a excomunhão das pessoas envolvidas no aborto de uma menina de nove anos, estuprada pelo padrasto, duas autoridades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacaram que o caso foi "excepcional" e "dramático". Sem desautorizar o arcebispo de Recife, o secretário-geral da CNBB, D. Dimas Lara da Rosa, disse que não considera que os pais da menina, que autorizaram o aborto, estão excomungados. Afirmou ainda que "não há elementos para dizer que qual médico esta excomungado e que qual não está". Segundo D. Dimas, só estarão excomungados os profissionais "conscientes e contumazes" da prática do aborto.
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O presidente da CNBB, D. Geraldo do Lyrio Rocha,disse que "a excomunhão não é sinônimo de condenação ao inferno, é um ato da Igreja". Durante entrevista coletiva, o assessor canônico da CNBB, Padre Enrique Pujol, explicou os princípios da excomunhão e ressaltou que a punição não pode ser feita "em clima de polêmica". D. Dimas disse que, embora o estupro não esteja, no direito canônico, entre os fatos que justificam a excomunhão, o estuprador "está automaticamente fora da comunhão da Igreja".
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