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Falta de assistência é a principal causa de mortalidade feminina

Segundo a OMS, até o fim deste ano 4 milhões de meninas morrerão por doenças que podem ser prevenidas

Por Efe
Atualização:

Até o fim deste ano 4 milhões de meninas morrerão por doenças que podem ser prevenidas e 2,5 milhões de idosas ficarão cegas por causas evitáveis devido às dificuldades que as mulheres têm para obter assistência sanitária, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização apresentou nesta terça-feira, 10, um relatório que revela as necessidades sanitárias das mulheres.

 

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O texto mostra que a desigualdade social entre sexos é tão grandes que as vantagens biológicas e de comportamento preexistentes nas mulheres não são suficientes para garantir uma vida mais saudável e longa a elas. Segundo a pesquisa, as mulheres têm mais dificuldades que os homens para se curar de doenças por causa das desigualdades em matéria de educação, renda e emprego.

 

A OMS estima que, neste ano, meio milhão de mulheres morrerão de aids, outro meio milhão de tuberculose, e outras 500 mil por causas derivadas da gravidez e do parto. Em nível mundial, a aids é a principal causa de morte entre mulheres em idade reprodutiva.

 

As complicações na gravidez e no parto são o principal fator de risco de morte em mulheres de entre 15 e 19 anos, e também o que mais separa países ricos e pobres, dado que 90% dos casos são registrados nas nações em desenvolvimento.

 

"As meninas e as mulheres são particularmente vulneráveis à infecção pelo HIV devido a uma combinação de fatores biológicos e desigualdades de gênero, sobretudo nas culturas que limitam o conhecimento sobre o vírus e sua capacidade de se proteger e de se manter relações sexuais sem risco", segundo o texto.

 

As relações sexuais forçadas e a violência sexual são outros elementos de risco para a saúde das mulheres. "A violência contra as mulheres ocorre no mundo todo e tem graves implicações sanitárias", aponta o relatório.

 

Sobre as meninas, os dados da OMS mostram que 6,8% das menores sofreram algum tipo de abuso sexual sem contato; 13,2% abuso sexual com contato; 5,3% abuso com penetração sexual; e 25,3% qualquer forma de abuso sexual. Além disso, em situações de conflito ou pós-conflito a violência sexual é cada vez mais utilizada como uma arma de guerra.

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O relatório revela, além disso, a contradição de "os sistemas de saúde não atenderem as necessidades das mulheres, apesar da grande contribuição destas para melhorar a saúde da sociedade através de sua função como cuidadoras principais das famílias".

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