
02 de setembro de 2016 | 03h00
O câncer marcou a vida da família Bortolin, em Piracicaba, interior de São Paulo. A doença levou, em maio, o patriarca José Bortolin, aos 73 anos, acometido de um tipo agressivo no intestino. A viúva, Olga Siqueira Martins Bortolin, de 76 anos, teve diagnosticado no início do ano passado um câncer também de intestino e enfrenta o tratamento com o apoio dos filhos e netos. Silvana, uma das filhas, passou pela mesma provação ao descobrir um tumor no seio em 2012, mas conseguiu curar-se. “Vivemos em alerta, fazendo exames e todo tipo de prevenção”, diz a assistente administrativa Silmara, outra filha de José Bortolin.
Piracicaba está entre as 476 cidades brasileiras em que o câncer aparece como a principal causa de mortalidade. Entre os Bortolin a doença levou também a mãe de dona Olga e dois irmãos de José. A cidade tem boa estrutura de prevenção e tratamento da doença, mas Silmara acha que, no caso de seu pai, o diagnóstico foi tardio. “Em 2013, ele começou a mostrar falha de memória, tontura e muita palidez, mas o médico insistiu em tratar como anemia. Só sete meses depois, com o quadro já agravado, foi feita a colonoscopia.”
A biópsia mostrou um tipo agressivo de câncer. Em janeiro de 2014, Bortolin foi operado, mas novos exames mostraram que a doença já havia migrado para o fígado.
Silmara conta que a família acompanhava as sessões de quimioterapia. “Íamos todos, a mãe, eu e minhas irmãs. Às vezes, os netos, os primos. Ele estava sempre cercado pela família.” Na busca pela cura, os familiares consultaram vários oncologistas e tentaram outros tratamentos, em vão. Novos exames mostraram que as células cancerígenas atingiram o sangue.
No dia 25 de maio, ele foi internado e não saiu mais do hospital. Morreu no dia 29. “É um vazio difícil de preencher. A dor é grande, a falta dele ainda é muito grande, mas fizemos tudo o que tínhamos de fazer. Agora é lutar pela nossa mãe e seguir em frente.”
Recuperação. Ela conta que dona Olga foi internada no mesmo hospital e fez a mesma cirurgia, no dia 6 de janeiro do ano passado. A recuperação dela, no entanto, é bem visível. “Acho que pegamos o câncer bem a tempo, está bem controlado. É a mágoa que ficou em relação ao diagnóstico do meu pai. Se tivesse sido feito logo que os sintomas apareceram, quem sabe?”
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