Fila para UTI, falta de vacina e vida sob lockdown. Eles vivem de perto o pior momento da pandemia

Relatos de parentes e profissionais de saúde dimensionam recordes recentes do novo coronavírus no Brasil. Enquanto a oferta de doses não se amplia, cada vez mais pessoas voltam a viver sob restrições mais rígidas

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Por Redação
Atualização:

Diana viu os pais serem levados no mesmo dia por ambulâncias no Rio Grande do Sul. Luis pensou que o pior já havia passado, mas agora trabalha num hospital que opera com 130% da capacidade em Santa Catarina. Roberto não soube responder quando perguntaram quando haveria mais vacina para os idosos na Bahia. Já no interior de Minas, Gladstone diz que até conseguiria abrir mais leitos, mas não tem mais médicos e enfermeiros. 

Paciente com covid-19internado no Hospital Emilio Ribas Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

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Relatos que dão conta da pressão que a nova onda da covid-19 aplica ao sistema de saúde, com reflexos em formato de filas de espera, têm se multiplicado. Dezoito Estados e o Distrito Federal têm mais de 80% de ocupação de UTIs, segundo boletim da Fiocruz divulgado nesta terça-feira, 2. Também é crescente a demanda por mais vacinas, alternativa para reduzir a parcela da população suscetível ao vírus. E enquanto a oferta de doses não se amplia, cada vez mais brasileiros voltam a viver sob restrições mais rígidas que tentam frear a transmissão.

Diante do descontrole do contágio, especialistas e gestores de saúde têm cobrado a implementação de medidas efetivas de isolamento, incluindo lockdown de ao menos duas semanas. Já o presidente Jair Bolsonaro se mantém crítico às ações de quarentena e chegou a ameaçar governadores de não pagar auxílio emergencial nos Estados onde houvesse fechamento do comércio. Ainda não há, porém, data para iniciar o pagamento da nova rodada do auxílio federal. 

O Estadão conta a seguir histórias de pessoas que têm visto de perto o pior momento da pandemia de covid-19 no Brasil. Os relatos dimensionam o drama por trás dos recordes consecutivos ao longo das últimas semanas. Nesta terça, foi registrado o pico de mortes em 24 horas, com 1.726 óbitos. O Brasil é o segundo maior país em quantidade de vítimas das doença, com cerca de 257,5 mil perdas. /FÁBIO BISPO, FERNANDA SANTANA, LEONARDO AUGUSTO E EVERTON SYLVESTRE, ESPECIAIS PARA O ESTADÃO

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